Mediação de conflitos

Servidores do IFTM participam de curso de mediação de conflitos no ambiente acadêmico-escolar

Mais de 30 servidores participaram da formação ofertada na última semana no IFTM Campus Uberlândia Centro e liderada por professor da área do Direito da Universidade Federal de Uberlândia
Publicado em 15/12/2023 18:00 Atualizado em 02/01/2024 12:23
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Foto do último dia de curso de mediação de conflitos, no dia 15 de dezembro
Foto do último dia de curso de mediação de conflitos, no dia 15 de dezembro
Crédito: Guilherme Brasil/ Jornalista IFTM Udicentro

Mediar conflitos é uma atividade essencial para promover harmonia no ambiente acadêmico-escolar e por isso servidores do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) participaram, entre os dias 11 e 15 de dezembro, do Curso de Gestão e Mediação de Conflitos no Ambiente Acadêmico-Escolar, ofertado no Campus Uberlândia Centro. Mais de 30 servidores da Reitoria e de diversas unidades do IFTM participaram da formação, que foi coordenada pelo professor Helvécio Damis, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Ao lado dos professores Frank Silveira Miranda e Rosa Zaia Borges, também da UFU, Helvécio ofereceu uma programação que abordou pontos como a teoria em torno da mediação de conflitos, englobando a legislação, processos de mediação e conciliação extrajudicial, princípios orientadores e até simulação de técnicas. Entre os objetivos da formação estão modificar paradigmas institucionais, estimular relacionamentos interpessoais, capacitar equipes para gerir e negociar conflitos e capacitar facilitadores para gerir sessões de mediação.

Segundo o professor Helvécio, que atua na Faculdade de Direito com direito penal e justiça restaurativa, “foi um encontro muito produtivo. A gente teve oportunidade de tratar de vários assuntos na temática da mediação. O objetivo principal foi a formação teórica e no início do próximo ano a gente entra na parte da mediação prática para capacitar as pessoas para as atividades de mediação”.

“A mediação é importante porque hoje, muitas vezes, esses conflitos não são resolvidos de forma satisfatória e acabam chegando fora das instituições, causando um desgaste institucional, e é essencial que as instituições consigam fazer o enfrentamento das questões internas de uma forma que possa dar satisfação aos envolvidos, de modo que fiquem satisfeitos com o acordo final e ao mesmo tempo a gente estimula uma cultura de paz dentro”, completou o professor.

Comunicação não-violenta

Ao longo da formação, cada um dos professores apresentou pontos de vista em torno da mediação de conflitos. Professor da Faculdade de Medicina da UFU, Frank Silveira Miranda trouxe a questão da comunicação não-violenta. A partir da perspectiva do psicólogo Marshall  Rosenberg, Frank explicou que esse tipo de comunicação acontece em quatro etapas: observação, sentimento, necessidades e pedido.

“A ideia da comunicação não-violenta é trazer um lugar de pensamento, de suspensão do julgamentos e melhora do respeito. A gente faz a mediação sem rotular as pessoas, não se envolvendo, não apontando vilões ou certo e errado. O mediador é alguém que vai ouvir as duas partes, sem julgamentos, e vai ajudar essas pessoas a se escutarem”, afirma o professor.

“Uma das necessidades humanas universais é acolhimento. Não tem certo, errado, bonito ou feio. Tem o outro. O outro é diferente de mim. Viver com gente diferente é que nos ensina a nos colocarmos em outros lugares. O que o outro tem de diferente de mim é o que eu não tenho e eu posso agregar a mim”, complementa.

Durante sua parte do curso, Frank indica livros e traz uma dinâmica usada por Rosenberg. Segundo ele, o psicólogo trabalhava com a metáfora da girafa, que é símbolo da comunicação não-violenta, pois é o animal terrestre com o maior coração. Alguns dos participantes usam um arco com orelha de girafa para simbolizar o animal.

“Você vai sempre ver o simbolismo da girafa, por ter o maior coração. Se eu estou recebendo a fala do outro com fala autêntica e escuta empática, eu vou acolher de forma mais amena o que vem do outro. As pessoas estão sendo capacitadas para fazer duas perguntas, que o Marshal fazia: o que está dentro de você e levou a esse conflito e como transformar sua vida em mais maravilhosa. Aqui é o lugar para isso”, finaliza o professor Frank.

Momento enriquecedor

Entre os 34 servidores participantes da formação, a técnica-administrativa Lucilene Lamounier, que atua na Coordenação de Gestão de Pessoas do Campus Uberlândia Centro, ressaltou a importância do encontro. “Foi excelente. Precisamos de muitas iniciativas nesse sentido. A professora Rosa nos trouxe o contexto histórico e crítico da mediação, o Helvécio e Frank dividiram muito bem a pauta entre a dinâmica e legislação, e o grupo ficou muito interessado e envolvido”, afirma.

“A mediação é para evitar o escalonamento. Ela ocorre porque o conflito já está estabelecido, mas a gente não consegue ficar trabalhando apenas para resolver. Precisamos trabalhar a prevenção, justamente porque estamos num ambiente escolar e aqui é o espaço de educação. Se não fizermos um trabalho de conscientização permanente para que as relações sejam menos conflituosas e a gente construa uma cultura de paz, isso perde todo o sentido. Aqui temos públicos diversos e cada um com sua demanda, sua própria razão, e por isso precisamos trabalhar a mediação. Por isso esse treinamento foi muito importante e ainda terá desdobramentos para construir uma cultura de paz”, finaliza.

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