STEM

Projeto de extensão Sim, Elas Podem oferta curso introdutório de programação no Campus Uberlândia Centro

Voltado para meninas e mulheres, curso atende estudantes do Campus e da comunidade externa
Publicado em 03/07/2024 13:00 Atualizado em 03/07/2024 13:17
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Aula de C++ do projeto Sim, Elas Podem acontecem às quartas-feiras no Campus Uberlândia Centro
Aula de C++ do projeto Sim, Elas Podem acontecem às quartas-feiras no Campus Uberlândia Centro
Crédito: Divulgação

O projeto “Sim, Elas Podem!” é um dos mais tradicionais do Campus Uberlândia Centro, do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM). Com o objetivo incentivar meninas e mulheres a se interessarem pelas áreas de STEM (acrônimo em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática), o projeto chegou em 2024 a sua 4ª edição e oferece cursos introdutórios para a comunidade interna e externa sobre diversos temas ligados à área. Neste primeiro semestre, está sendo ofertado no Campus um curso sobre programação em C++ e a partir de agosto o planejamento é ofertar um curso sobre astronomia, com a professora Sâmia Dantas. O projeto ainda vai ofertar este ano os cursos de HTML/CSS e de Robótica em parceira com o projeto do professor Carlos Magno.

Os cursos são voltados para crianças e adolescentes a partir do 6º ano do Ensino Fundamental e sem idade limite, mas também aceita estudantes do sexo masculino. O curso de C++ que está em andamento no Campus conta com 24 matriculados, sendo que a estudante mais nova tem 12 anos e a mais velhas já estão cursando a pós-graduação. Entre os participantes da comunidade externa do Campus estão estudantes das escolas estaduais Jose Gomes Junqueira, Ignácio Paes Leme, Américo René Giannetti, Joaquim Saraiva e Escola Estadual do Bairro Jardim das Palmeiras. Também estão matriculados alunos do Colégio Finotti (antigo Positivo) e do Centro Pedagógico Metta.

O curso de Introdução a Programação com Linguagem C++ tem como objetivo desenvolver o raciocínio lógico aplicado à solução de problemas em nível computacional e introduzir os conceitos básicos de desenvolvimento de algoritmos. Entre os temas abordados estão conceitos iniciais relacionados à programação, técnicas iniciais de programação e desenvolvimento de um projeto. A coordenadora do projeto, Crícia Felício, explica que esse tipo de curso pode abrir os olhos de muitas meninas e mulheres para possibilidades nas áreas de STEM.

“Nós tivemos alunas que participaram das ações e posteriormente ingressaram na nossa instituição para fazer um curso técnico integrado da área de STEM. Para mulheres em transição de carreira eu vejo o projeto como uma oportunidade de ter um contato inicial mais suave e em um ambiente mais acolhedor do que nos cursos universitários da área, onde a predominância de homens é uma realidade e pode gerar uma sensação de não pertencimento”, afirma a coordenadora.

“O projeto procura atuar muito na ideia de divulgar as áreas STEM como um possível lugar de atuação para meninas e mulheres, pela falta de representatividade e fatores culturais isso não vem acontecendo. Os participantes do projeto levam com eles a semente da proposta e isso serve tanto para empoderar mulheres que decidem optar por uma carreira profissional na área, como para continuarem levantando a bandeira da luta pela igualdade de gênero por onde seguirem”, completa Crícia.

Experiência como professores

As aulas dos cursos ofertados pelo Sim, Elas Podem são ministradas por bolsistas do projeto, com a coordenação da professora Crícia. O curso acontece toda quarta-feira, das 13h30 às 15h30 e ainda oferece momentos de plantão para tirar dúvidas dos participantes. Além de despertar o interesse dos estudantes pela área de STEM, cursos como esse trazem ainda uma oportunidade para que alunos bolsistas do Campus Uberlândia Centro tenham uma oportunidade como professores.

“Os bolsistas desenvolvem várias habilidades, desde a preparação do material didático, a comunicação com os participantes dos minicursos, até o fortalecimento das habilidades técnicas que eles já estão aprendendo dentro dos cursos técnicos. Essa experiência vai refletir tanto na formação humana, uma vez que eles estão tomando consciência do problema da desigualdade de gênero na área de tecnologia, quanto em um melhor desempenho acadêmico”, avalia Crícia Felício.

Geovana Jesuíno é uma da bolsistas do projeto “Sim, Elas Podem!” deste ano e está encarando o desafio de comandar aulas para os participantes. Segundo ela, a experiência colabora em sua formação e desenvolvimento de habilidades que serão importantes no futuro.

“Minha experiência ministrando as aulas tem sido bem desafiadora, mas também gratificante. Eu não tinha tido nenhuma oportunidade de dar aulas antes e nunca havia pensado nisso também. Acho que quando você é aluno e passa para o papel de professor consegue ter uma noção da responsabilidade e a dificuldade que é ensinar. Mas também tem sido muito bom poder contribuir com o ensino de outros alunos. Essa atividade do projeto tem me ajudado bastante a desenvolver principalmente a timidez em falar com outras pessoas e ser mais flexível com as dificuldades que cada um tem em relação ao mesmo conteúdo”, conta.

Presença feminina nas áreas de STEM

Ao longo dos últimos anos, as mulheres têm conseguido índices melhores que os homens no nível de escolaridade. No entanto, ao analisar os dados de estudantes dos cursos técnicos ou superiores da área de computação é possível perceber a predominância de homens (cerca de 80% dos alunos) e a diminuição crescente da participação de mulheres. No mercado de trabalho, a área de computação se apresenta em crescente ascensão nos dias atuais, mas assim como no meio acadêmico, o número de mulheres que tem como profissão empregos ligados a área de computação não ultrapassa a média percentual de 20%.

As razões para esse cenário se devem a fatores socioculturais que limitam e inibem a inclusão das mulheres nos cursos da área de computação. A crença de que a mulher não possui as habilidades necessárias para se destacar nos cursos e nas profissões da área ainda prevalece. Para diminuir a desigualdade de gênero na área, muitos programas têm sido propostos com intuito de informar e incentivar o interesse de crianças e adolescentes do sexo feminino na computação, como é o caso do Sim, Elas Podem.

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