Entrevista

Aluna do IFTM foi selecionada para um estágio agrícola remunerado na Dinamarca

Ana Luiza passou por um criterioso processo seletivo e vai atuar na área de floricultura
Publicado em 05/07/2024 15:40 Atualizado em 05/07/2024 16:17
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Foto colorida onde vemos Ana Luiza centralizada de braços cruzados, usando camisa xadrez e boné cor de rosa. Ao fundo uma plantação não identificada, o céu azul e pivôs de irrigação.
Foto colorida onde vemos Ana Luiza centralizada de braços cruzados, usando camisa xadrez e boné cor de rosa. Ao fundo uma plantação não identificada, o céu azul e pivôs de irrigação.
Crédito: Ana Luiza Oliveira Damacena

Uma aluna do curso de Engenharia Agronômica do IFTM Campus Uberlândia, Ana Luiza Oliveira Damacena, foi selecionada para um estágio remunerado na Dinamarca e ficará no país por 18 meses atuando na área de floricultura – dentro do seguimento da horticultura.

Ana Luiza ingressou no IFTM no ensino médio, no Curso Técnico em Agropecuária Integrado e continuou sendo aluna da instituição na graduação. A discente nos conta que fazer intercâmbio sempre foi um sonho e, para torná-lo realidade, começou a se preparar ainda no ensino médio, onde começou o curso de inglês no Centro de Idiomas do IFTM (CENID). Ela voltou ao CENID na graduação e, em 2023, foi contemplada com um bolsa no Programa de mobilidade internacional BarçaOceania do IFTM e ficou duas semanas estudando língua inglesa na Nova Zelândia, sua primeira experiência com o intercâmbio. “Com certeza foi uma das experiências mais incríveis que tive”, afirmou a discente, que ainda disse que foi um grande motivador para seguir nos planos de morar fora.

O professor Edilson Pimenta Ferreira, Coordenador-geral do Centro de Idiomas e Relações Internacionais do IFTM (CENID) destaca a importância que os programas de mobilidade têm na vida dos estudantes. “Compreendemos que esse resultado acena para o grande impacto que o CENID e os programas de mobilidade do IFTM promovem. O Centro de idiomas é uma base para que os estudantes possam pleitear diferentes oportunidades. E quando a gente investe em intercambio de curta duração, a gente motiva o estudante a buscar novas oportunidades internacionais. Eles são o passaporte para novos desafios”, afirma Edilson.

Confira nossa conversa com Ana Luiza e conheça todos os detalhes dessa trajetória exitosa.

IFTM: Como soube desse estágio da Dinamarca e como foi o processo de inscrição e seleção?

Ana Luiza: Quando finalizei meu curso técnico integrado ao médio no IFTM, tive a oportunidade de trabalhar em uma multinacional de grãos por tempo determinado e foi nessa empresa que descobri minha paixão pela Agronomia. Dessa forma decidi que seria minha área de formação. Através de contatos na empresa descobri que na área agropecuária existem diversos programas e agências que ofertam os chamados intercâmbios agrícolas para os cursos de zootecnia, medicina veterinária e agronomia, sendo esses intercâmbios programas de estágios nas áreas de atuação dos cursos da área das agrárias. Como sempre tive o sonho de realizar um intercâmbio a fim de agregar em minha formação, decidi então que iria realizar o meu estágio da graduação dessa forma. Como esses programas requerem planejamento e investimento, iniciei a organização e os preparos antes mesmo de entrar para a graduação, e assim que eu entrei, já optei por organizar minha trajetória acadêmica na faculdade para poder realizar o intercâmbio.

Quanto ao processo de seleção, existem diversas agências que ofertam tais oportunidades, então fiquei cerca de um ano pesquisando e acompanhando vários intercambistas das agências brasileiras. Até que, por diversos fatores como segurança, transparência e seriedade para com os candidatos, optei por realizar meu intercâmbio com a Work & Trip, que prestaram suporte desde o início. Fizemos uma entrevista e montamos um perfil com currículo indicando para a agência nossos interesses, nossa trajetória acadêmica/profissional. Conforme o perfil dos candidatos são analisados (e aprovados), passamos pelo processo de inscrição e aplicação, onde diversas documentações são exigidas. No processo de inscrição, escolhemos a área que pretendemos atuar. Como na graduação, até o momento, me identifiquei mais na área de Horticultura (que engloba olerícolas, frutíferas e o segmento da floricultura) optei por escolher essa área e, a partir disso e do processo de aplicação e colocação da agência, os candidatos vão recebendo propostas das empresas parceiras de acordo com o perfil do estudante.

IFTM: Você acredita que o IFTM foi um diferencial nessa conquista? Ter feito curso técnico, de idiomas e, agora, a graduação no IFTM, ajudou na sua busca por esse estágio e contribuiu para que você conseguisse essa vaga?

Ana Luiza: Digo com tranquilidade que minha vida não teria rumo se eu não tivesse ingressado no IFTM. Para todos eu digo que todo mundo deveria ter a oportunidade de viver a experiência de um Instituto Federal, justamente pela evolução, desenvolvimento e independência que conseguimos ter devido a gama de oportunidades ofertadas pelos IF’s. Eu não teria a visão que tenho hoje, nem as oportunidades que estou tendo se não fosse o IFTM. Com todo o suporte que a instituição fornece, sobretudo o CENID, tive a oportunidade de fazer inglês durante o curso técnico e na graduação. É muito importante frisar que, mesmo que tenhamos dificuldade em algo, sobretudo em aprender um idioma diferente, precisamos de prática e disposição para aprender e não cair no esquecimento. E o CENID fornece, com professores de excelência, cursos de idiomas gratuitos e de qualidade e pude aprimorar meu inglês de forma muito proveitosa. O curso técnico e a graduação foram e são essenciais para o meu futuro profissional e foram determinantes para a escolha do meu intercâmbio. Se tem uma coisa que o IF faz muito bem é ofertar oportunidades para os alunos, como projetos de ensino, pesquisa, extensão, congressos, monitorias, dentre diversos outros programas extracurriculares. Isso é um grande diferencial para conquistarmos e corrermos atrás de, por exemplo, um intercâmbio.

IFTM: Seu intercâmbio na Nova Zelândia também foi um incentivador/motivador?

Ana Luiza: Se eu não tivesse realizado meu intercâmbio para a Nova Zelândia com toda a certeza não estaria tão segura e tranquila para embarcar nessa nova experiência. Com certeza foi um grande motivador para não desistir, pois irei morar sozinha pela primeira vez, em um país com uma cultura completamente diferente e o medo pode acabar sabotando nossos planos. Mas ter tido a oportunidade de ir para a Nova Zelândia e entender como, mesmo sendo desafiador, é incrível realizar um intercâmbio, vou muito mais segura e sabendo que sou capaz de lidar com as dificuldades que irei enfrentar.

IFTM: Conte nos um pouco da sua trajetória como estudante.

Ana Luiza: Sempre estudei em escola pública, e sempre fui uma aluna que gostava de estudar, ler, curiosa e sempre com vontade de explorar o que o mundo acadêmico poderia oferecer. Em 2017 ingressei no IFTM no curso Técnico Em Agropecuária Integrado Ao Ensino Médio, durante o primeiro semestre fui descobrindo o que o IFTM era e como nós, estudantes, poderíamos aproveitar da instituição. Seis meses depois ingressei no CENID. Foi uma época complicada, pois eu fazia o curso de idioma após a aula, então eu acordava 4h30 e chegava em casa depois das 20h nos dias que tinha inglês. Mas não desisti, pois sabia que valeria a pena lá na frente. No meu segundo ano do ensino médio comecei a fazer projeto de extensão e desde então me envolvi nas atividades extracurriculares, bem como comecei a participar de comissões dentro da instituição. O curso técnico que escolhi fazer, ofertava uma gama de possibilidades para cursos de graduação, e durante todo o ensino médio tinha a certeza de que gostaria de cursar medicina veterinária, contudo, no final, percebi que não era isso que eu queria.

Formei no técnico em 2019 e em 2020 comecei a trabalhar em uma empresa da área agronômica, no qual lá percebi minha paixão pela área vegetal e entendi que a agronomia era o que eu queria cursar. Ao ingressar na faculdade, busquei participar de projetos que envolviam o desenvolvimento de atividades na instituição. Como resultado, tive a oportunidade de ser monitora voluntária no 2º, 3º e 5º períodos em diferentes matérias. Participei, no 2º período, de um projeto de extensão em fruticultura, visava levar acesso à informação de qualidade aos pequenos produtores rurais bem como estimular as atividades agrícolas. Paralelamente ingressei no Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Fruticultura (GEPEF), no qual fiquei por dois anos e meio. Lá desenvolvi atividades e habilidades com culturas como Goiaba, Banana, Uva, Maracujá, Abacaxi, entre outras árvores frutíferas. No GEPEF atuei como coordenadora discente e desenvolvemos atividades de ensino, pesquisa e extensão, buscando sempre promover dias de campo e atividades para ajudar os produtores rurais da região do Triângulo Mineiro. Além disso, participei durante 8 meses do Programa de Educação Tutorial – PET, desenvolvendo diversas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Também tive a oportunidade de iniciar na pesquisa, onde desenvolvi dois projetos de iniciação científica, como bolsista FAPEMIG.

Além disso, à medida que frequento as disciplinas obrigatórias do curso, aperfeiçoo-me e obtenho maior conhecimento nas diversas áreas que incluem a agricultura. Ano passado, tive a oportunidade de realizar meu primeiro intercâmbio, quando fui selecionada, como bolsista, para cursar inglês na Nova Zelândia por duas semanas, com certeza foi uma das experiências mais incríveis que tive.

IFTM: Quando você irá para a Dinamarca? Como será a mudança, a moradia, o trabalho? Você está preparada?

Ana Luiza: Irei para a Dinamarca ainda esse mês, no dia 19 de julho. Será minha primeira vez morando sozinha e ficarei no alojamento da empresa, próximo ao local de trabalho. Terei um quarto individual, compartilhando as áreas comuns com demais intercambistas, como sala, cozinha etc. O estágio consistirá em cumprir uma carga horária semanal de 40 horas, podendo fazer hora extra ou não, dependendo da minha vontade. A ansiedade está a mil, estou muito animada para viver essa experiência. Na verdade, é um misto de emoções: saudade, preocupação..., mas, acima de tudo, força de vontade.

IFTM: Serão 18 meses de estágio. Nesse tempo, como ficará seu curso aqui no IFTM?

Ana Luiza: Durante esse período irei deixar meu curso trancado. Contudo, o regulamento do PPC permite que eu tranque apenas dois semestres, no caso, um ano. Eu irei ficar fora um ano e meio e, como alternativa para que eu não precisasse reprovar um semestre inteiro, optei por trancar algumas disciplinas de um período e cursar uma disciplina como o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), no qual não temos exigência de aulas presenciais, continuando, dessa forma, matriculada regularmente no semestre.

IFTM: Por fim, qual seu conselho e dicas para outros estudantes que também tem vontade de estudar/trabalhar em outro país?

Ana Luiza: A primeira dica que dou, antes de tudo, é confiar em si mesmo. Hoje em dia temos tanta dificuldade em acreditar em nosso potencial e, às vezes, nos espelharmos em algo que acreditamos ser impossível. Sempre achamos que temos que esperar o momento certo, “ah! mas eu ainda não tenho conhecimento em alguma língua o suficiente”. Tudo bem, se você não se sente preparado, se prepare enquanto busca pelos seus sonhos.

A segunda dica que dou é: organize e planeje seus objetivos. Comece lendo os editais de intercâmbios ofertados anteriormente. Lendo os editais passados ofertados pelo IFTM, por exemplo, você consegue saber o que precisava fazer e correr atrás. Tente! O importante é não ficar estagnado e tentar aproveitar, ao máximo, o que o IFTM oferta.

E por último: não deixe que o medo determine suas escolhas. O “e se” que estabelecemos na nossa mente pode ser nosso grande vilão, mas jamais desista porque sempre é possível!

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