Iniciação Científica

Estudante do Ensino Médio tem artigo aprovado no 15º Congresso Brasileiro de Software

Sob a coordenação de professor da unidade, artigo de Julyanara Rodrigues investiga uso do ChatGPT por desenvolvedores
Publicado em 27/08/2024 15:58 Atualizado em 27/08/2024 16:15
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Campus Uberlândia Centro reservou recursos para que Julyanara apresente seu artigo de forma presencial no Congresso
Campus Uberlândia Centro reservou recursos para que Julyanara apresente seu artigo de forma presencial no Congresso
Crédito: Divulgação

Pesquisa acadêmica é uma das atividades comuns no Campus Uberlândia Centro, do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), e muitas vezes elas avançam para muito além dos muros do Campus. A estudante Julyanara Rodrigues Silva, 2º ano do curso Técnico em Desenvolvimento de Sistemas Integrado ao Ensino Médio, teve um artigo aprovado para apresentação no 15º Congresso Brasileiro de Software, que será realizado em Curitiba, entre os dias 30 de setembro e 4 de outubro. O artigo é resultado do trabalho de pesquisa realizado no programa Bic JR do IFTM, sob a orientação do Professor Carlos Eduardo de Carvalho Dantas, com a colaboração externa do Professor Marcelo de Almeida Maia, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e buscou investigar como desenvolvedores utilizam o chat GPT em seus projetos.

Intitulado “What Developers Ask to ChatGPT in GitHub Pull Requests? An Exploratory Study,” o artigo foi escrito em inglês e analisa centenas de solicitações feitas por desenvolvedores ao ChatGPT para auxiliar na implementação de melhorias nos sistemas. A partir de um levantamento de repositórios do GitHub, uma plataforma que permite o compartilhamento de códigos, os pesquisadores verificaram quais eram os usos mais comuns do ChatGPT. A partir da análise de 155 links, eles identificaram 14 tipos de solicitações à inteligência artificial, divididos em quatro categorias principais: "Geração de Código", "Revisão de Código", "Solicitação de Informação" e "Revisão de Texto".

“Eu considero como descoberta principal do artigo, saber que o ChatGPT, realmente, é uma ferramenta muito pontual que pode ajudar o desenvolvedor de várias formas, e saber que geração de código é a principal categoria para a qual ele é requisitado. Seja para melhorar código em questão de legibilidade, seja para corrigir algum erro ou implementar uma nova função, é uma ferramenta que pode andar lado a lado com o desenvolvedor para melhorar cada vez mais aquele código e aquele projeto no qual ele está sendo implementado”, avalia a estudante.

A análise dos prompts revela que os desenvolvedores pedem ao ChatGPT para realizar tarefas que vão além da simples geração de código. Eles também o usam para obter explicações técnicas, como realizar análises de desempenho e revisar o texto. O estudo  destaca ainda que o ChatGPT é usado não apenas por desenvolvedores, mas também por revisores de código, demonstrando como essa ferramenta pode facilitar a colaboração em equipes de desenvolvimento.

“A ideia para este artigo surgiu ao observarmos a crescente popularidade do ChatGPT entre desenvolvedores de software, que o utilizam para resolver diversas tarefas de programação. Com isso, a estudante analisou centenas de interações entre desenvolvedores e o ChatGPT, resultando em um catálogo de 14 tipos de solicitações, classificadas das mais às menos frequentes. Um dos achados mais interessantes foi o uso significativo do ChatGPT na revisão de código-fonte, seja sugerindo melhorias, produzindo casos de teste ou detectando bugs. Os resultados obtidos pela estudante oferecem insights valiosos para empresas de tecnologia, auxiliando-as a entender como essas novas ferramentas de inteligência artificial podem contribuir para a melhoria da produtividade dos desenvolvedores”, avalia o professor Carlos Eduardo.

Apresentação da pesquisa

Os organizadores do Congresso já confirmaram o aceite do artigo no evento e o Campus Uberlândia Centro já garantiu a participação da estudante. A Direção Geral do Campus destinou recursos para a viagem e dessa forma a estudante vai conseguir apresentar o trabalho pessoalmente no evento. O professor destacou a importância do apoio institucional e a dedicação da estudante no desenvolvimento da pesquisa.

Segundo o professor Carlos Eduardo, “o que mais o impressionou foi a rápida produtividade da estudante. Iniciado em abril deste ano, o projeto Bic Jr resultou, em apenas quatro meses, em um artigo completo de 12 páginas em inglês, produzido pela estudante em colaboração com o professor, e aprovado para um congresso que geralmente recebe trabalhos de alunos de mestrado e doutorado. Um dos grandes diferenciais do ensino integrado é a dedicação exclusiva dos alunos ao estudo, permitindo o desenvolvimento de diversas atividades extracurriculares”. O professor também expressa sua gratidão ao programa BIC Jr IFTM por oferecer à estudante a oportunidade de realizar pesquisas com bolsa, além de agradecer à Direção Geral do campus por viabilizar a participação da aluna no congresso em Curitiba, onde ela apresentará seu trabalho."

O artigo é a primeira experiência em pesquisa de Julyanara e logo em sua estreia ela já vai apresentar o resultado de seu trabalho em um congresso renomado. A estudante destaca que a experiência em pesquisa abriu uma nova gama de interesses e ela pensa até em seguir na área. “É uma novidade muito grande e eu gostei bastante do mundo da pesquisa. Por mais que tenha sido o meu primeiro artigo, me despertou vontade de pesquisar cada vez mais, talvez expandir até esse assunto. É uma experiência bastante legal, eu nunca tinha pensado em entrar em projetos de pesquisa, mas eu descobri que é uma área bastante legal, inovadora e que dá pra você explorar um leque de oportunidades, de assuntos e que é algo que dá pra você ser criativo de diversas formas”, avalia a estudante.

“Ter o artigo aceito no Congresso Brasileiro de Software com certeza foi uma das coisas mais inusitadas que me aconteceram, ainda mais por ser o meu primeiro projeto de pesquisa e por eu ser uma aluna do ensino médio. É uma honra muito grande saber que eu faço parte de um projeto que foi selecionado para ser apresentado. Isso me impulsiona a ter mais certeza ainda da área que eu quero seguir. Eu estou bastante animada”, completa.

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