Arte e Cultura

“Palco IFTMático”, um projeto para unir todas as vozes do IFTM Campus Avançado Campina Verde

Projeto de ensino busca contribuir para a reflexão crítica sobre temas relacionados à inclusão para a promoção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária
Publicado em 21/11/2024 16:15 Atualizado em 21/11/2024 16:23
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Fotografia colorida de parte dos integrantes do projeto IFTMático. Da esquerda para a direita: Gleinio André Leal Santos, Jesu de Oliveira Luiz Júnior, Eleni Leite Pereira e Antônia Costa Ramos. Ao fundo, parte das pinturas realizadas pelos estudantes.
Fotografia colorida de parte dos integrantes do projeto IFTMático. Da esquerda para a direita: Gleinio André Leal Santos, Jesu de Oliveira Luiz Júnior, Eleni Leite Pereira e Antônia Costa Ramos. Ao fundo, parte das pinturas realizadas pelos estudantes.
Crédito: Diretoria de Comunicação Social e Eventos do IFTM - Ana Clara Santos Costa

Foi pensando na importância dos núcleos de ações inclusivas dentro do IFTM Campus Avançado Campina Verde, que têm um papel crucial na implementação efetiva das políticas de inclusão, que a servidora Antônia Costa Ramos e um grupo de estudantes e outros servidores do campus idealizaram o projeto de ensino Palco IFTMático.

As ações dos núcleos (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas – NEABI; Núcleo de Estudos de Diversidade, Sexualidade e Gênero - NEDSEG e Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas - NAPNE) precisam promover iniciativas que respeitam e valorizam a diversidade, não apenas beneficiando os estudantes com necessidades específicas, mas também fortalecendo o senso de pertencimento de toda a comunidade acadêmica, criando um ambiente mais acolhedor e produtivo para todos. Assim, o Palco IFTMático foi desenvolvido visando contribuir para a reflexão crítica sobre temas relacionados à inclusão, abordando três eixos fundamentais para a promoção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária: inclusão de pessoas com deficiência, educação para as relações étnico-raciais e diversidade sexual e de gênero.

“Quando saiu o edital para os projetos de ensino dos núcleos, tive a ideia de fazer um projeto que englobasse todos os núcleos, porque, já que é um projeto voltado para a inclusão, vamos incluir todos”, conta Antônia, coordenadora do projeto.

O projeto utiliza a arte como alternativa para abordar os temas de inclusão de pessoas com deficiência, educação para as relações étnico-raciais e diversidade sexual e de gênero, pois a arte transcende barreiras linguísticas e culturais, permite a expressão individual e coletiva, podendo sensibilizar e educar de maneira profunda e impactante. O grupo de teatro é a principal atividade do projeto, mas os participantes também desenvolvem outras atividades artísticas, como a pintura.

“O teatro é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento pessoal, ajudando os jovens a se expressarem melhor, a trabalharem em equipe e a desenvolverem empatia e compreensão do mundo ao seu redor”, afirma Antônia. 

A professora de língua portuguesa e artes do campus e colaboradora do projeto, Eleni Leite Pereira, conta de onde Antônia tirou a ideia do projeto: “tudo iniciou com uma atividade que envolvia temas de relevância social, que iniciei no primeiro trimestre. Os alunos desenvolviam algumas peças de teatro relacionadas a algum tema de relevância social, como o racismo, a homossexualidade, dentre outros. Eles fizeram as peças de teatro e, mesmo sem ter nenhuma experiência, desenvolveram um trabalho bem legal. Com isso, a Antônia ficou toda motivada vendo que tínhamos talentos consideráveis aqui na escola e desenvolveu esse projeto”, lembra a professora.

Em setembro, o grupo apresentou a peça A Decisão, com a temática do setembro amarelo e, segundo Eleni, foi muito marcante e impactante. “Tivemos um bom público nessa apresentação e algumas pessoas até choraram”, comenta a professora que complementa “nós podemos perceber que temos grandes talentos aqui na escola, e que isso tem que ser valorizado e trabalhado”.

Na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do campus, realizada em outubro, eles fizeram uma exposição de arte e quem falou sobre essa atividade foi Jesu de Oliveira Luiz Júnior, discente do primeiro ano do curso Técnico em Informática e colaborador do projeto. “Essa exposição de arte no pátio da escola teve o intuito de explorar ao máximo a diversidade de identidades que temos aqui dentro do campus. Pinturas que representam diversas etnias, culturas, sexualidades e, também, paisagens e referências a algumas artes clássicas”, conta o estudante, que ainda ressalta que “a exposição pode mostrar toda essa arte que o IFTM tem dentro de si, em pinturas, em quadros, e permitir que todos que a visitaram pudessem sentir um pouco da magia que é estar estudando aqui dentro”.

O grupo já está com uma nova peça quase saindo do forno, intitulada O Auto da Inclusão. Esse espetáculo, com estreia prevista para o início de dezembro, é inspirado no Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna e no Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa. “O texto, o cenário, a direção, tudo é feito pelo grupo. No cenário, estamos caracterizando a Caatinga, porque consideramos a Caatinga um espaço de resistência. Os personagens, também, são resistentes”, explica Antônia. Eleni conta que algumas das pinturas que estão prontas também comporão o cenário: “elas devem estar presentes em alguns momentos da peça. Assim, envolvemos a arte cênica e as artes visuais, alcançando um bom resultado”.

“Com esse projeto, a gente almeja alcançar o respeito a todas as pessoas. Que esses jovens possam se tornar adultos que saibam respeitar o próximo, independente das diferenças”, ressalta a professora. “Fazer campanhas, palestras não surte o mesmo efeito do que quando você trabalha a arte. Parece que eles (os estudantes) se envolvem mais, se sensibilizam mais. E esse é o objetivo do projeto”, encerra Ramos.

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