Mãos dadas com o Cerrado: atividades do Campus na SNCT promovem cultura ecológica sobre o bioma
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) chegou em 2024 a sua 21ª edição e trouxe o tema “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”. Em todo o Brasil, escolas, institutos federais, universidades e outras organizações se organizaram para trabalhar a temática. No Campus Uberlândia Centro, a SNCT aconteceu entre os dias 02 e 07 de dezembro e em toda a sua programação um bioma em especial esteve em evidência: o Cerrado. Quem participou das atividades pôde perceber referências a esse bioma tão importante nas atividades, na decoração e até nos quitutes que foram oferecidos.
Uma das atividades da SNCT do Campus foi a 2ª Mostra do Cerrado, que trouxe aos participantes várias atividades originadas no projeto “Cantinho do Cerrado” e ligadas ao Bioma. Uma delas foi a Cabine do Cerrado, na qual o participante colocava um óculos de realidade virtual e tinha a chance de viver uma experiência multissensorial, imersiva na qual via imagens do cerrado. “É uma atividade que tem o intuito de aproximar as pessoas do bioma. Elas são estimuladas através do áudio, do visual, mas também do tato e do olfato”, explica o professor Gabriel Pereira Lopes, coordenador da Mostra e do projeto Cantinho do Cerrado.
A Mostra ainda trouxe maquetes com as formações vegetacionais do Cerrado, a partir das quais se mostrava que o Cerrado é um bioma formado por um mosaico, por vários tipos de vegetação. “A gente associa a savana ao Cerrado, mas é apenas um aspecto. O cerrado tem florestas, veredas, campinas. A gente buscou mostrar isso. Trouxemos ainda frutos do Cerrado, como o pequi, o baru, do qual você aproveita a castanha. Também algumas estruturas presentes nas folhas das plantas que ajudam a reter a umidade e alguns exemplos de artesanato, mostrando que algumas características do Cerrado podem até passar despercebidas durante o nosso cotidiano, mas se a gente tiver um olhar atento, a gente vê beleza ali nas formas mais sutis”, afirma o professor Gabriel.
Pelo prédio do Campus, os participantes da SNCT se deparavam com o Cerrado em cada detalhe. Havia fotos, exposições, detalhes de decoração que remetiam ao bioma. Professores como a Lísia Moreira Cruz, de Geografia, Arlei Teodoro de Queiroz, também de Geografia, trouxeram para a programação da Semana um pouco das atividades que desenvolveram em relação ao Cerrado durante o ano. Em uma das paredes, por exemplo, houve a exposição de uma visita técnica ao Parque Estadual do Pau Furado. Ainda houve outras atividades, como jogos didáticos que tinham o Cerrado como tema.
“A ideia é criar uma consciência, uma cultura ecológica baseada na sustentabilidade, num modo de vida mais sustentável, tanto nas nossas ações, quanto nas nossas relações. Esse tipo de evento é importante para que a gente consiga formar agentes multiplicadores de ações relacionadas à preservação e conservação do meio ambiente. Que os nossos alunos possam ser cidadãos ativos em busca de um mundo cada vez mais ecologicamente correto e economicamente viável”, conclui o professor Gabriel.
Cerrado de dar água na boca
Uma das atividades que teve o Cerrado como inspiração deu água na boca dos participantes da SNCT do Campus. Trata-se da oficina Sabores do Cerrado, a partir da qual os estudantes prepararam quitutes com insumos típicos do bioma. Coordenada pelo professor de Biologia Héberly Fernandes Braga, a oficina produziu pão doce, geleia e doce, iguarias compartilhadas com os visitantes da SNCT.
“Fizemos um pão doce com a farinha do fruto do baru, da castanha do baru, de forma a aumentar o teor nutricional da farinha. A castanha tem bastante proteína, fibra e outros nutrientes. Além disso, fizemos também uma geleia de mangaba, que é um fruto típico também do Cerrado, mais especificamente da região Nordeste. Essa geleia é servida junto com o pão para o pessoal ter uma noção de como é o sabor da mangaba”, explica o professor Héberly.
Além de produzir pratos com insumos do Cerrado, a oficina também serviu para explicar processos biológicos envolvidos no preparo, como a fermentação e conservação de alimentos. “O processo de produção de pão é basicamente um processo biológico, que envolve fermentação. A gente utiliza fermento biológico, que são leveduras e elas vão fermentar a massa, produzir gás carbônico. Esse gás carbônico vai fazer com que a massa aumente de tamanho. Além disso, a gente consegue trabalhar questões associadas à ativação do fermento e técnicas que dentro da área de conservação de alimentos. No caso da geleia, se for produzida numa temperatura muito alta, por exemplo, você perde propriedades nutricionais. A gente se interessa em produzir o produto e ao mesmo tempo fazer com que esse produto contenha substâncias que sejam importantes, no aspecto nutricional para a alimentação”, finaliza o professor.