Pesquisador do IFTM Campus Uberaba, com apoio Polo EMBRAPII/IFTM e SEBRAE, deposita sua primeira patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual
O pesquisador do IFTM Campus Uberaba, professor Lucas Arantes Pereira, com apoio do Polo Embrapii/IFTM e do Sebrae deposita sua primeira patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A conquista representa um marco para a instituição e é fruto de uma parceria que resultou na criação de uma barra alimentar proteica 100% vegetal, tendo o alho negro como ingrediente principal.
Além de Arantes, fazem parte do projeto os professores do Campus Uberaba Luís Carlos Scalon Cunha, Fernanda Barbosa Borges Jardim, Wólnei Muniz Franco, egresso do curso de Tecnologia em Alimentos e a professora da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Priscila Cristina Bizam Vianna.
O projeto nasceu da colaboração entre a empresa familiar Alho Negro do Sítio, a Vittay Alimentos Ltda e o Polo de Inovação EMBRAPII/IFTM. Motivados pela crescente demanda por alimentos saudáveis e funcionais, as empresas buscaram diversificar seus portfólios e viram no alho negro uma oportunidade única de unir nutrição, funcionalidade e inovação. Lucas Arantes Pereira conta que o objetivo sempre foi criar algo que fosse mais do que nutritivo: “A ideia foi desenvolver algo que não só fosse saudável, mas também funcional, aproveitando as propriedades bioativas e medicinais do alho negro com um elevado teor proteico”.
O alho negro foi selecionado por suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e por seu potencial de fortalecimento do sistema imunológico. Além disso, “seu sabor adocicado e suave harmoniza perfeitamente com a composição da barra, acrescentando tanto valor funcional quanto sensorial ao produto”, explicou Arantes. Outro fator importante foi a existência de um público já familiarizado e apreciador do alho negro.
A barra combina ingredientes 100% vegetais. “O que diferencia o nosso produto é o equilíbrio entre nutrição e funcionalidade. Não queríamos apenas mais uma barra no mercado, mas sim algo que fizesse a diferença para a saúde das pessoas”, destaca Lucas.
Desde a concepção da proposta técnica até o depósito da patente junto ao INPI, o processo levou cerca de três anos e enfrentou diversos desafios, um deles foi a busca por uma textura ideal que assegurasse a coesão entre os ingredientes em a utilização de componentes de origem animal, além do equilíbrio entre os sabores, garantindo que o alho negro fosse valorizado sem comprometer o paladar. Após inúmeras etapas de testes e ajustes, o resultado final é um produto que combina um sabor único com alto valor nutricional, posicionando-se como um destaque no mercado de barras alimentares.
Apoio que transformou a ideia em realidade
A parceria com o Polo de Inovação EMBRAPII/IFTM e o SEBRAE foi determinante para o sucesso do projeto. A EMBRAPII financiou 33% do custo total e o SEBRAE, 23%, além de oferecer suporte técnico e operacional. “Sem esse apoio, o desenvolvimento teria sido muito mais complicado. Eles nos ajudaram a transformar uma ideia em algo real”, reconhece Lucas.
Para Fernanda Barbosa Borges Jardim, diretora do Polo EMBRAPII/IFTM,essa conquista é um marco importante: “É um divisor de águas no IFTM, sendo a primeira patente depositada em parceria com empresas. Sou profundamente grata a todos os envolvidos
Impacto no setor alimentício
A barra alimentar tem grande potencial para impactar positivamente o setor alimentício, atendendo à crescente demanda por produtos saudáveis e funcionais. A utilização de ingredientes como o alho negro em alimentos processados pode abrir novos caminhos para o desenvolvimento de formulações inovadoras que aliam nutrição e funcionalidade. Além disso, esse avanço pode estimular a indústria a explorar ainda mais o uso de ingredientes naturais e funcionais.
Para o lançamento do produto no mercado, restam apenas alguns ajustes finais na formulação, que estão sendo realizados com base em testes de mercado e no feedback dos consumidores. além da decisão das empresas em implementarem a comercialização.
Próximos passos e novos projetos
Para Lucas Arantes, o depósito da patente é motivo de orgulho e gratidão: “depositar minha primeira patente no INPI é uma conquista extraordinária e um marco significativo na minha trajetória profissional. É imensamente gratificante transformar uma ideia inovadora em realidade e tê-la reconhecida como uma contribuição relevante para o progresso na área de alimentos”, disse.
Atualmente, Lucas Arantes está desenvolvendo um projeto que busca criar produtos à base de carne mecanicamente separada de frango. A proposta inclui o uso do pequi, um fruto nativo do Cerrado, como antioxidante natural, combinando tradição e sustentabilidade com inovação tecnológica na área de alimentos.