Extensão

Projeto “Extensão que Transforma” ganha exposição em Belo Horizonte na sede da Receita Federal

Mostra integra a 23ª Semana Nacional de Museus e apresenta produtos transformados por estudantes a partir de mercadorias apreendidas
Publicado em 21/05/2025 09:23 Atualizado em 23/05/2025 10:41
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Renata Marques (ao centro), acompanhada do superintendente da Receita de MG, Mário José e da chefe da Divisão de Gestão Documental e Memória Institucional da Receita, prestes a inaugurar a exposição.
Renata Marques (ao centro), acompanhada do superintendente da Receita de MG, Mário José e da chefe da Divisão de Gestão Documental e Memória Institucional da Receita, prestes a inaugurar a exposição.
Crédito: Guilherme Brasil/Jornalista

O Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) participou, na última sexta-feira (16), da abertura da exposição “Extensão que Transforma”, no Memorial da Superintendência da Receita Federal do Brasil da 6ª Região Fiscal, em Belo Horizonte. A mostra integra a programação da 23ª Semana Nacional de Museus e é resultado de uma parceria entre a Receita Federal e a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura do IFTM.

A exposição apresenta o resultado do projeto “Extensão que Transforma”, que reúne docentes e estudantes da instituição em uma proposta de reaproveitamento de mercadorias apreendidas pela Receita. Os itens, antes descartados, passam a ter nova utilidade social, transformando-se em produtos como vestuário, aromatizadores, álcool em gel, difusores, entre outros.

Representando o IFTM na solenidade, a coordenadora de implantação do Campus Sete Lagoas, professora Renata Marques, destacou o impacto social e formativo da ação. “Uma das missões do IFTM é levar a educação para a população, mas não só uma educação formal, com ensino técnico, tecnológico, graduação. Quando a gente chega até as comunidades e traz essas comunidades para dentro do instituto, isso também é muito importante”, afirmou. Durante o evento, foi apresentada uma fala da pró-reitora de Extensão do IFTM, Danielle Paoloni, na qual a gestora destacou a importância do projeto. Também foram mostrados vídeos de pessoas que atuam na descaracterização desses produtos na região do Triângulo Mineiro.

A proposta combina educação, pesquisa e impacto social. Para viabilizar a transformação dos produtos, estudantes dos cursos de Química e de Alimentação do IFTM, por exemplo, atuaram em laboratório por meses. “Foram quase três meses dos professores com os alunos nos laboratórios para tentar chegar na formulação adequada. O álcool em gel, por exemplo, teve sua textura e volatilização ajustadas com muito cuidado. É um projeto de extensão que também tem o braço da pesquisa”, explicou Renata.

O projeto atua com organizações comunitárias, que atuam com a descaracterização e transformação dos produtos, e também prevê a capacitação de comunidades vulneráveis. A primeira turma será composta por mulheres da cidade de Uberaba, que serão formadas em oficinas no próprio IFTM. “Elas vão ser capacitadas, certificadas e poderão trabalhar na transformação dos produtos, que depois poderão ser comercializados. Isso gera renda, autonomia e uma conexão real entre o Instituto, a Receita Federal e a sociedade”, completou a professora.

Transformação, sustentabilidade e inspiração

O superintendente da Receita Federal em Minas Gerais, auditor-fiscal Mário José Dehon Santiago, enfatizou o poder da cooperação entre instituições públicas. “A importância é muito maior do que a gente pode imaginar. Quando a Receita e o Instituto se unem, elas se tornam órgãos transformadores da sociedade. Isso inspira todo mundo: o estudante, o professor, o servidor público. A gente deixa de apenas cumprir uma missão básica e passa a transformar vidas”, afirmou.

Além do impacto ambiental — já que os produtos deixam de ser descartados como lixo — a ação tem um valor simbólico. “Estamos devolvendo à sociedade algo que ela deixou de receber pela sonegação ou pelo crime de descaminho. E fazemos isso com educação, sustentabilidade e responsabilidade social”, reforçou o superintendente.

Entre os itens mais comuns transformados pelo projeto estão cigarros (convertidos em adubo ou, em projetos mais recentes, em telhas), vestuário (descaracterizado para virar roupas ou tapetes), e dispositivos eletrônicos como TV boxes (convertidos em microcomputadores para escolas públicas). Segundo Mário, as possibilidades de reaproveitamento são quase infinitas.

Um projeto com múltiplas conexões

Ao todo, o projeto já mobilizou a transformação de mais de duas toneladas de produtos. Além disso, 29 instituições já estão cadastradas para receber as ações. “É uma ação social muito importante. Esperamos que seja um projeto de longa vida, que se reinvente a cada nova possibilidade de reaproveitamento. Temos inúmeros cursos que podem ser envolvidos em parcerias futuras”, concluiu Renata.

A exposição também valoriza a trajetória de estudantes da instituição. A identidade visual do projeto, por exemplo, foi criada por um estudante do Campus Patos de Minas, vencedor de um concurso promovido internamente. Como premiação simbólica, ele recebeu brindes apreendidos pela Receita Federal.

Organização e visitação

A montagem da exposição foi realizada pela equipe de gestão documental e memória institucional da Receita Federal. A curadoria foi feita de forma a valorizar os produtos já transformados, permitindo ao visitante visualizar os resultados concretos da parceria.

“Como a 23ª Semana Nacional de Museus tem como tema o futuro dos museus, envolvendo juventude e novas comunidades, o projeto do IFTM casava muito bem com essa proposta. A exposição mostra o resultado final, com os produtos transformados. Foi uma forma de conectar educação, cultura e responsabilidade social”, explicou Silvana Maria Corrêa Figueiredo, bibliotecária e chefe da Divisão de Gestão Documental e Memória Institucional da Receita.

Serviço:

Exposição: Extensão que Transforma
De segunda a sexta, das 9h às 16h
Local: Memorial da Superintendência da Receita Federal do Brasil da 6ª Região Fiscal/MG
Endereço: Av. Olegário Maciel, 2.360, 2º andar – Bairro Santo Agostinho, Belo Horizonte/MG
Visitas em grupo podem ser agendadas por e-mail ou telefone disponíveis no site da Receita Federal.

 

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