Estudantes do IFTM Campus Uberlândia Centro conquistam seis medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica
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Três ouros, duas pratas e um bronze: esse foi o saldo da participação dos estudantes do Campus Uberlândia Centro, do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), na 28ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), realizada em 2025. A prova é organizada pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), e contou com a participação de mais de 800 mil estudantes de todo o país.
Ao todo, seis alunos do campus foram premiados na olimpíada, todos oriundos dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio. Veja os nomes e medalhas:
- Carlos Henrique Pereira de Gouvêa – 3º ano do curso técnico em Comércio – Medalha de Ouro
- Clara de Andrade Mello – 3º ano do curso técnico em Comércio – Medalha de Ouro
- Túlio Rodrigues Looks – 2º ano do curso técnico em Desenvolvimento de Sistemas – Medalha de Ouro
- Vitória Sophia Brígido Carvalho Neves – 2º ano do curso técnico em Desenvolvimento de Sistemas – Medalha de Prata
- João Pedro Bessa Faria – 1º ano do curso técnico em Desenvolvimento de Sistemas – Medalha de Prata
- Gabriel Rodrigues da Silva – 3º ano do curso técnico em Programação de Jogos Digitais – Medalha de Bronze
Como funciona a OBA
A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica é uma competição nacional aberta a estudantes de escolas públicas e privadas de todo o Brasil, do Ensino Fundamental ao Ensino Médio. A OBA é dividida em quatro níveis: nível 1 (1º ao 3º ano do Ensino Fundamental), nível 2 (4º ao 5º ano do Ensino Fundamental), nível 3 (6º ao 9º ano do Ensino Fundamental) e nível 4 (1º ao 3º ano do Ensino Médio). Os estudantes do Campus Uberlândia Centro participam do nível 4, destinado a alunos do Ensino Médio.
A prova é composta por 10 questões, sendo sete de Astronomia e três de Astronáutica, e é aplicada presencialmente, na própria escola do estudante. As questões abordam temas como fases da lua, estações do ano, gravidade e órbitas. Além de testar o conhecimento, a olimpíada busca estimular o interesse científico, promover a interdisciplinaridade e valorizar o protagonismo dos alunos.
A professora de Física do campus, Samia Abadia Dantas, participa da organização da OBA no Campus Uberlândia Centro e incentiva sempre a participação dos estudantes. Ela celebra a conquista dos estudantes, mas destaca que o maior ganho vai muito além das medalhas.
“O saldo é muito positivo, pois mais de um quarto dos estudantes participantes foram premiados, sendo que metade dos premiados ganhou ouro. Temos, entre os medalhistas, a um veterano de medalha: o Carlos, por exemplo, já está no segundo ouro dele na OBA. Temos, também, a Vitória, que tirou prata este ano e nunca tinha feito OBA antes”, comemora Samia. “Eu sempre destaco, contudo, que independente da medalha todos os participantes ganham. Participar de Olimpíadas como a OBA serve para adquirir conhecimentos específicos na área, habilidades de organização, de planejamento, de preparação, de lidar com o emocional na hora de uma avaliação nesse sentido. Eu gosto sempre de incentivar a participação dos estudantes por todas essas questões. Eu fico muito feliz de poder ajudar nesse processo de envolvimento dos estudantes e vou continuar incentivando cada vez mais”, complementa a professora.
Incentivo e protagonismo estudantil
A medalhista de ouro Clara de Andrade Mello sempre foi uma entusiasta da Astronomia e conquistar a medalha de ouro foi uma conquista especial. “Essa foi minha terceira vez fazendo e minha primeira medalha de ouro nela, então foi uma grande realização para mim. Sou uma amante de astronomia desde criança e, desde que entrei no IF e iniciei minha jornada olímpica, ganhar uma medalha na OBA se tornou meu grande objetivo. Agora, com um bronze e um tão esperado ouro, posso dizer que o esforço valeu a pena e que me sinto ainda mais animada para seguir carreira nos campos da física e da astronomia”, conta a estudante, que já chegou a ofertar uma oficina sobre Astronomia.
Segundo Clara, a preparação se deu principalmente com o estudo de provas anteriores, mas é seu gosto pela área que a levou com afinco à busca pelo ouro. “No fundo, eu acredito que minha preparação começou no momento em que me interessei por astronomia. Quando você realmente gosta de um assunto é muito mais fácil pesquisar e aprender sobre ele. Mas de preparação em si, eu diria que as edições anteriores me ajudaram muito a entender como a prova é estruturada”, avalia. “O que mais me chamou atenção na prova desse ano foi como ela conseguiu relacionar a astronomia com outras áreas do conhecimento. A OBA nunca foi uma prova estritamente teórica. Ela requer de você um pouco de lógica e conhecimentos em interpretação de texto e em algumas outras áreas. Além disso, eu simplesmente adoro o fato de que você sempre aprende algo novo enquanto a faz”, complementa Clara.
Túlio Rodrigues Looks, também medalhista de ouro na OBA 2025, costuma competir em competições do conhecimento e destaca que sua participação na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) ajudaram na conquista que teve na OBA. “A maior parte da preparação foi estudando pra OBMEP e os conteúdos meio que se cruzaram. Não tive nenhuma estratégia em específico, mas tenho certeza que o raciocínio lógico cobrado na OBMEP foi fundamental para um bom resultado”, explica Túlio “O estilo da prova é bem diferente, às vezes ter um bom raciocínio e saber desenvolver é melhor que saber o conteúdo em si. Achei interessante uma questão sobre o período sinódico, porque é algo que é possível ser percebido na vida real. A notícia da medalha foi um tanto quanto inesperada e fiquei muito feliz com ela”, completa.
Premiações e oportunidades para medalhistas
Todos os participantes da OBA recebem certificados digitais de participação. Já os estudantes com melhor desempenho nacional recebem medalhas de ouro, prata ou bronze, de acordo com critérios definidos pela Comissão Organizadora. A distribuição de medalhas considera fatores como número total de participantes, desempenho geral e faixas de pontuação.
Embora o regulamento não preveja outras premiações formais, a conquista de medalhas em olimpíadas científicas como a OBA é frequentemente valorizada por instituições de ensino e programas de incentivo acadêmico, podendo ser citada em currículos escolares, acadêmicos e em processos seletivos diversos.