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IFTM Campus Uberaba recebe oficina teatral inspirada em Carolina Maria de Jesus

Atividade permitiu ao público presente a reflexão sobre arte, literatura e questões raciais
Publicado em 25/09/2025 19:00 Atualizado em 25/09/2025 19:16
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Duas mulheres negras estão em cena em um auditório. À esquerda, uma delas veste blusa sem mangas marrom e calça bege, com os braços soltos ao lado do corpo e olhar voltado para frente. À direita, outra mulher usa vestido preto e segura um balde plástico escuro, com expressão concentrada na ação. Ao fundo, um telão exibe uma imagem em preto e branco de Carolina Maria de Jesus e um texto explicativo sobre sua obra e trajetória.
Duas mulheres negras estão em cena em um auditório. À esquerda, uma delas veste blusa sem mangas marrom e calça bege, com os braços soltos ao lado do corpo e olhar voltado para frente. À direita, outra mulher usa vestido preto e segura um balde plástico escuro, com expressão concentrada na ação. Ao fundo, um telão exibe uma imagem em preto e branco de Carolina Maria de Jesus e um texto explicativo sobre sua obra e trajetória.
Crédito: Neabi

O dia 19 de setembro foi marcado por uma experiência cultural no IFTM Campus Uberaba: a oficina Amarelo é a Cor da Fome, realizada pela Cia. de Teatro Cor de Yabá, companhia feminina preta fundada em 2019 e atualmente composta por Camila Manoela e Aline Rosa. A proposta levou estudantes dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio, professores e representantes do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) a uma imersão no teatro negro e na literatura de Carolina Maria de Jesus.

A abertura foi conduzida pelo diretor-geral do campus, professor Bruno Pereira Garcês. Ele destacou a relevância da iniciativa ao afirmar que “projetos como esse são fundamentais para aproximar os estudantes da arte e para promover reflexões sobre a nossa realidade social”. Em seu discurso, Garcês ressaltou ainda que a parceria com coletivos culturais amplia a formação integral dos jovens.

Na sequência, Maria Djanira Oliveira, coordenadora de Assuntos Étnico-raciais e Indígenas (CAERI), sublinhou a importância do contato com a literatura de Carolina Maria de Jesus e o teatro negro. Segundo ela, “esta oficina representa um momento de escuta e aprendizado, em que nossos alunos puderam conhecer uma autora pouco reconhecida durante muito tempo e refletir sobre racismo e desigualdades”. Djanira reforçou que a experiência contribui para a construção de uma educação mais inclusiva.

Os participantes também registraram suas percepções sobre a atividade. Lucas de Queiroz Amaral, estudante do terceiro ano do curso técnico em Química, declarou: “Eu achei muito interessante conhecer a causa da companhia e a experiência de estar realmente num teatro, aprendendo e fazendo as coisas que os atores fazem”. Ele acrescentou que a vivência ampliou sua visão sobre o papel do teatro na formação pessoal.

Para Ana Lima Andrade Souza, do segundo ano de Administração, a oficina proporcionou novas conexões: “Eu achei a oficina muito legal, muito interativa. Interagir com pessoas que eu nem imaginava que estudavam aqui foi muito bom, uma boa oportunidade para quem pensa em seguir no teatro”, afirmou.

Na mesma direção, Mariane Costa Fonseca, também do segundo ano de Administração, avaliou a experiência como uma abertura de horizontes: “Foi algo bem novo, porque a gente não está acostumado a fazer esse tipo de atividade. Também é uma mostra para quem quiser seguir carreira no teatro”.

Já Márcio Tomás Gobo, da mesma turma, pontuou que a oficina possibilitou novas percepções: “Eu achei bem divertida e interativa. Ajudou a perceber que o teatro é diferente do que a maioria das pessoas imagina e que pode ser uma opção para trazer experiências novas para a escola”.

Entre os docentes, a professora de Língua Portuguesa Aline Taís Cara Pinezi, que acompanhou a turma do terceiro ano de Química, considerou a vivência enriquecedora. Ela disse que “foi um momento importante de reflexão junto aos alunos sobre a obra de Carolina Maria de Jesus, uma autora tão relevante para a literatura brasileira, mas ainda pouco reconhecida”. Em suas palavras, a atividade possibilitou aos estudantes pensar sobre racismo estrutural, diferenças de gênero e formas de invisibilização presentes na sociedade.

A estudante Thamyres Beatriz Oliveira Garcia, do terceiro ano de Química, destacou a relevância da representação negra no teatro. Segundo ela, “a oficina foi muito interessante pela forma como mostrou a importância da representatividade das mulheres pretas nesse meio. Conhecer mais sobre a história da Carolina Maria de Jesus também foi muito enriquecedor”. Thamyres acrescentou que a experiência despertou novamente seu interesse pelo teatro.

A oficina Amarelo é a Cor da Fome demonstrou como o teatro pode ser um meio de aprendizado coletivo, promovendo reflexão sobre temas sociais e ampliando o contato dos estudantes com a cultura. A iniciativa reforça o papel do IFTM Campus Uberaba na promoção de vivências educativas que dialogam com a diversidade e com a história da literatura brasileira.

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