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Solenidade reconhece estudantes medalhistas em Olimpíadas do Conhecimento no IFTM Uberlândia Centro

Evento reuniu famílias, servidores e estudantes para entrega de certificados em nove competições do conhecimento
Publicado em 10/11/2025 11:27 Atualizado em 10/11/2025 11:35
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Grupo de estudantes premiados na solenidade de entrega de medalhas e certificados do Campus
Grupo de estudantes premiados na solenidade de entrega de medalhas e certificados do Campus
Crédito: Julyanara Silva (voluntária do projeto IF em Rede)

O Campus Uberlândia Centro, do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), viveu na tarde de 6 de novembro de 2025 um dos momentos mais simbólicos da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT): a solenidade de entrega de certificados e medalhas a estudantes que se destacaram em Olimpíadas do Conhecimento. O encontro, realizado no auditório do campus, reuniu estudantes, familiares e servidores em um gesto de reconhecimento à dedicação e ao talento dos alunos.

Ao todo, 35 estudantes foram homenageados, somando 47 conquistas em nove competições de alcance regional e nacional. As premiações incluíram cinco medalhas de ouro, 11 de prata, oito de bronze, além de 13 menções honrosas e seis classificações nacionais em hackathons. Estiveram representadas olimpíadas como a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), a Olimpíada Nacional de Ciências (ONC), a Olimpíada Brasileira de Geografia (OBG), a Olimpíada Feminina de Biologia (OFB), a Olimpíada Nacional sobre Ambientes Marinhos e Polares (Polaron), a Olimpíada Brasileira de Matemática Financeira (OBMF), a Olimpíada Internacional de Física e Cultura (OIFC), a Maratona de Física da UFU, além do NASA Space Apps Challenge – Uberlândia.

A cerimônia foi coordenada pelos professores Héberly Fernandes Braga (Biologia), Lísia Moreira Cruz (Geografia) e Sâmia Abadia Dantas (Física). Para além da entrega dos certificados, o encontro representou a consolidação de uma cultura acadêmica voltada à valorização do esforço, da curiosidade científica e do aprendizado para além da sala de aula.

“O reconhecimento dos alunos em olimpíadas é importante para valorizar a dedicação que eles têm com os estudos e as conquistas que vão além da sala de aula. É algo que se estende para toda a comunidade acadêmica, mostrando o quanto o empenho deles transforma o ambiente escolar”, explicou o professor Héberly.

A professora Lísia destacou o papel formativo dessas experiências. “As olimpíadas são uma oportunidade para os alunos conhecerem outras maneiras de entender a Geografia e o mundo. As provas trazem questões contextualizadas e aprofundadas, o que permite o desenvolvimento real de novas habilidades.”

UCP de Treinamento Olímpico em Ciências da Natureza

Um dos pilares desse resultado foi o trabalho desenvolvido na Unidade Curricular Politécnica (UCP) de Treinamento Olímpico em Ciências da Natureza, conduzida pelos professores Héberly e Sâmia. A UCP foi criada para oferecer aos estudantes um espaço de experimentação e aprofundamento de conteúdos que extrapolam os limites das disciplinas convencionais.

“A UCP nasceu da vontade de oferecer algo além do currículo regular”, explicou Sâmia. “Nós queríamos preparar os alunos não apenas em conteúdo, mas em como aprender, como se organizar, como desenvolver memória, atenção e foco. Trabalhamos também a importância da saúde, em aspectos como sono, alimentação e descanso, porque aprender não é só decorar fórmulas. É entender o próprio corpo e a mente no processo de aprendizagem.”

As aulas eram dinâmicas e interdisciplinares. A cada semana, a UCP trazia uma nova abordagem: jogos cognitivos, desafios em grupo, atividades práticas e até quebra-cabeças eram usados como ferramenta de treino. “Aquilo que parece brincadeira, como passar uma mão na cabeça e bater na barriga, é na verdade um exercício de atenção focada e alternada. São treinos cognitivos que ajudam na concentração”, detalhou a professora.

O professor Héberly complementou que a proposta da UCP também visa integrar diferentes áreas do conhecimento. “Há olimpíadas interdisciplinares que tratam de temas atuais, como a crise climática, e que não cabem dentro de uma única disciplina. A UCP permite trabalhar esses conteúdos de maneira conectada, envolvendo Biologia, Física, Química, Geografia e até Computação”, explicou.

Durante o semestre, os estudantes participaram de simulações de provas e, ao final da unidade, desenvolveram projetos autorais. “A avaliação final da UCP foi a criação de um projeto científico, e um deles já foi submetido a uma olimpíada de Biologia. A ideia é que a sala de aula se torne um laboratório de possibilidades, e não um espaço limitado ao conteúdo”, concluiu Sâmia.

A UCP também teve um impacto visível no número de participantes. “A gente percebe um aumento expressivo do interesse dos alunos. Muitos que antes tinham receio de competir agora pedem para participar, sugerem novas olimpíadas, pesquisam por conta própria. E o reflexo disso é nítido em sala de aula: o envolvimento com olimpíadas melhora a disciplina, o desempenho e o olhar sobre o conhecimento”, observou a professora.

Histórias e conquistas dos medalhistas

Entre os medalhistas homenageados, Vitória Sofia Brígido Carvalho Neves, estudante do 2º ano do curso Técnico em Desenvolvimento de Sistemas, se destacou como símbolo dessa trajetória. Durante a premiação, ela subiu ao palco levando no peito diversas medalhas conquistadas em outras competições.

“Durante a pandemia eu odiava participar das olimpíadas, porque era algo obrigatório. Mas quando ganhei minha primeira medalha de prata na Obmep, tudo mudou. A partir dali, comecei a fazer por vontade própria e nunca mais parei”, contou.

Vitória acumula medalhas e certificados em diversas áreas: bronze na OBG, prata na OBA, prêmios em olimpíadas de programação e até um destaque nacional no CF-OBI, com segundo lugar no país. A estudante contou que as olimpíadas foram responsáveis por revelar sua verdadeira vocação.

“Eu não gostava de programação, achava difícil. Mas continuei insistindo. Fui errando, aprendendo e descobri que era exatamente o que eu queria fazer. Hoje, quero seguir nessa área, porque ela me desafia o tempo todo”, afirmou.

Ela também destacou o impacto emocional e pedagógico dessas experiências. “Com tantas olimpíadas, aprendi a não ficar ansiosa com provas grandes, como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Hoje, quando tenho um exame difícil, é só mais uma prova no ano. Já sei como lidar, como respirar, como organizar o pensamento.”

Outro medalhista, Felipe Batista Soares, do 3º ano do curso Técnico em Comércio, compartilhou a mesma empolgação. Ganhou ouro na Olimpíada Brasileira de Geografia e relatou o processo de aprendizado coletivo que viveu com a equipe.

“A gente errou muito na primeira fase. Quando os resultados saíram, percebemos que precisávamos prestar mais atenção nos mínimos detalhes, até em uma palavra. Isso mudou nossa postura.”

Felipe também destacou o valor das olimpíadas para o futuro. “Sou mais da área de exatas, mas gosto de participar porque essas experiências abrem oportunidades. Há universidades que dão bolsas para medalhistas, e isso me motiva a continuar.”

Orgulho das famílias

A solenidade também foi marcada pela presença emocionada de pais e responsáveis. No auditório, cada certificado entregue parecia simbolizar anos de incentivo e parceria. Um dos momentos mais tocantes foi a homenagem à estudante Gabriela Maria Cândida Feliciano Dias, do 3º ano de Comércio, vencedora da PolarOn e medalhista de prata na Maratona de Física da UFU, cujos pais acompanharam a homenagem.

“Sempre gostei de participar de olimpíadas, mas este ano a UCP de Treinamento Olímpico, ofertada pelo professor Héberly e pela professora Sâmia, me incentivou ainda mais. O objetivo era participar de pelo menos duas competições, mas eu fiz todas que pude”, contou Gabriela.

Ela explicou o funcionamento da Polaron com a segurança de quem domina o assunto. “A prova é dividida em quatro etapas online, cada uma com tempo limitado. As questões envolvem Física e Química, áreas pelas quais eu sou apaixonada. É uma olimpíada que fala sobre os efeitos do aquecimento global e sobre como os polos estão sendo impactados.”

No mesmo tom de orgulho e ternura, seus pais, Kátia Cândida Feliciano Dias e Jaime Dias, falaram sobre a emoção de vê-la no palco. “É um sentimento de muito orgulho e de saber que ela está no caminho certo. Ela é muito determinada”, disse Kátia. O pai completou: “Ela se desenvolveu muito bem aqui dentro, tornou-se muito proativa e abriu seus horizontes. Para mim, é uma sensação de missão cumprida.”

A estudante reconheceu o papel essencial desse apoio. “Meus pais sempre me incentivaram a agarrar todas as oportunidades. O incentivo deles é muito importante, porque quando a família apoia junto com os professores, tudo fica mais fácil. Hoje foi minha última entrega de medalhas, e eles fizeram questão de vir.”

Com brilho nos olhos, Gabriela falou também sobre o futuro. “Tenho uma paixão enorme pelas ciências, especialmente Química. Meu sonho é cursar Química na UFU (Universidade Federal de Uberlândia), me especializar e, um dia, voltar para o IFTM como professora. Como dizem, um bom filho a casa retorna.”

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