Aluna do IFTM Campus Paracatu é campeã em concurso de redação municipal

Concurso fomentou discussões sobre a temática do enfrentamento à violência doméstica contra a mulher
Publicado em 05/09/2018 00:00 Atualizado em 27/07/2022 11:13
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Professor Hélder Sousa e aluna Bruna Angélica com o troféu de primeiro lugar no concurso de redação municipal
Professor Hélder Sousa e aluna Bruna Angélica com o troféu de primeiro lugar no concurso de redação municipal
Crédito: IFTM Campus Paracatu

O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, em parceria com órgãos públicos da cidade de Paracatu (MG), realizou, durante o período de maio a agosto de 2018, o I Concurso Municipal de Redação, que abordou o tema “Violência Doméstica Contra a Mulher, Lei Maria Da Penha e seus avanços”. Participaram da competição alunos paracatuenses do 9º Ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio de escolas públicas e particulares.

A escolha do tema foi motivada pelo aniversário de 12 anos da Lei Maria da Penha, no dia 7 de Agosto, e o objetivo do concurso foi trazer em pauta essa temática, sendo que mesmo com a efetivação de políticas públicas e leis específicas para o enfrentamento a violência contra a mulher, ainda não é possível, infelizmente, a visualização de soluções para o problema.

Na data do aniversário (07/08/2018) foi realizado o evento (etapa final) que contou com palestras sobre o tema e a divulgação dos resultados. A redação que conquistou o primeiro lugar - resultado de atividades desenvolvidas em salas de aula do IFTM pelo professor Doutor em Linguística Hélder Sousa Santos - foi escrita pela aluna do 3º ano do Curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio, Bruna Angélica Soares Lopes, de 17 anos. Em seu texto, Bruna pontua causas da referida problemática e possíveis encaminhamentos para tanto, citando entre essas a atuação do Estado por meio de investimentos na Educação como forma de erradicar a violência doméstica contra a mulher. Segundo Bruna, “é de grande importância a reeducação da sociedade; para que isso ocorra será necessário que as escolas realizem projetos que disseminem uma política de igualdade de gênero”.

Abaixo, segue a redação premiada:

A propósito da violência contra mulher

            Atualmente, no Brasil, considera-se que existem avanços em relação ao combate à violência contra a mulher, uma vez que desde a década de 90 essa questão é notada como um problema social. Apesar disso, na última década, foram registrados 43,7 mil casos de assassinatos em virtude do gênero, de acordo com o Mapa da Violência de 2012. Devido a isso, importa a continuidade do enfrentamento do fato em questão.

            Em primeiro lugar, cabe pontuar que as causas desse problema são sustentadas pelo modelo social brasileiro, que pode ser considerado como culturalmente machista. Exemplo disso é a visão que muitos ainda possuem de que a mulher deve servir exclusivamente para serviços domésticos e satisfação sexual do homem. Tal pensamento é retratado no texto divulgado pelo grupo Slam Resistência, o qual compara o casamento como um contrato em uma empresa, em que a mulher deve cuidar da casa e agradar o marido: “lavar, passar, cozinhar, limpar, reproduzir...”

            Em segundo lugar dispõe-se o fato de que apenas no estado de Minas Gerais o número de feminicídios - homicídio de mulheres motivado por violência doméstica - cresceu 29% nos últimos três anos, de acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Devido a isso é possível notar que as medidas legais não possuem uma eficácia tão positiva ainda, tendo em vista que a existência da Constituição brasileira (que garante a integridade e bem estar de todos os cidadãos) e de leis específicas à proteção da mulher, como a Lei Maria da Penha, o problema persiste.

            De acordo com os argumentos acima, mostra-se necessário erradicar a violência contra a mulher e um possível caminho para tanto seria uma parceria entre a comunidade e a Sesp, na qual a primeira seria responsável por ajudar a fiscalização (por meio de denúncias) e os profissionais da segurança garantiriam a proteção das vítimas; dessa maneira haveria uma efetiva aplicação das leis. Também, é de grande importância a reeducação da sociedade; para que isso ocorra será necessário que as escolas realizem projetos que disseminem uma política de igualdade de gênero. Dessa forma, jovens crescerão com uma mentalidade baseada em direitos iguais, e assim será realidade uma sociedade de todos, atenta à agressão contra mulheres.

 

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