Ideias de negócios

Estudantes do 1º período do curso de Tecnologia em Sistemas para Internet apresentam ideias de negócios

Atividade integrada entre disciplinas reuniu banca com professores e convidados da comunidade externa
Publicado em 17/09/2024 13:40 Atualizado em 17/09/2024 14:14
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Turma de 1º período de Desenvolvimento de Sistemas que participou da atividade
Turma de 1º período de Desenvolvimento de Sistemas que participou da atividade
Crédito: Divulgação

Os cursos do Campus Uberlândia Centro, do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), buscam sempre ter um pé no mercado de trabalho e uma ligação com o espírito empreendedor. Um bom exemplo é o curso de Sistemas para Internet. Na última semana, os estudantes do 1º período do curso tiveram uma atividade na qual criaram ideias de negócios e apresentaram para professores e convidados externos. Na atividade, eles se dividiram em grupos e cada equipe teve 10 minutos para fazer um “pitch” de suas ideias, nas quais apresentaram as principais características de seus produtos ou serviços.

Os pitchs são resultados das disciplinas de Empreendedorismo, ministrada pelo professor José Carlos de Castro Júnior, e Requisitos, do professor Edson Angoti Júnior. Os estudantes se utilizam dos conhecimentos apreendidos nas duas matérias para criar suas ideias de produtos e serviços e apresentar para a banca presente. Segundo o professor José Carlos, é uma forma de aproximar os estudantes do mercado desde o início do curso.

“Eles têm que defender a ideia do negócio, têm que sustentar essa ideia. É um modelo de negócio e normalmente a gente usa o Business Model Canvas, que é uma metodologia. Busco gerar uma imersão e ainda levo o pessoal do mercado para poder avaliar e valorizar o trabalho dos estudantes. Foram seis avaliadores e isso que gera uma dinâmica, uma motivação e envolvimento dos alunos, uma vez que é uma turma bastante diferenciada. O resultado dos trabalhos ficou muito legal”, afirma José Carlos.

Além dos professores, a banca de avaliadores era composta por convidados do Uberhub, uma comunidade dedicada ao ecossistema de startups, inovação, tecnologia e empreendedorismo de Uberlândia. Os grupos foram avaliados a partir de critérios como caráter inovador do produto, domínio dos conhecimentos por parte dos integrantes dos grupos, características dos produtos ou serviços, além de habilidade de comunicação e impacto visual da apresentação. A nota final foi gerada a partir da média dos avaliadores.

O professor Edson explica que a integração entre sua disciplina e a área de empreendedorismo prepara o futuro profissional para lidar com clientes. A disciplina de Requisitos pertence à área de Engenharia de Software e tem como objetivo a realização de uma análise e especificação das necessidades dos usuários e das partes interessadas em um projeto de software. “A integração com a disciplina de Empreendedorismo é natural, pois é na fase de levantamento de requisitos que o profissional tem contato com o negócio e suas regras. O processo de definição de requisitos envolve o contato direto com clientes e usuários finais, o que torna essencial a compreensão das demandas do mercado e do público-alvo”, afirma Edson.

“Ao articular essas duas disciplinas, o curso de Tecnologia em Sistemas para Internet permite que os alunos aprendam a unir a inovação empreendedora com a precisão técnica do desenvolvimento de software. Os futuros profissionais serão capazes de não apenas criar produtos tecnologicamente viáveis, mas também identificar oportunidades de negócios promissores, avaliar suas demandas e construir soluções escaláveis. Essa integração contribui para a formação de desenvolvedores com uma visão ampla, que compreendem tanto as necessidades do mercado quanto os aspectos técnicos envolvidos na construção de sistemas”, completa Edson.

Aplicativo de tradução para surdos

Um dos trabalhos apresentados durante o pitch teve sua origem ainda no Ensino Médio Integrado do Campus. Desenvolvida pelo estudante Arthur Inocêncio Borges, egresso do curso de Desenvolvimento de Sistemas, ao lado dos colegas Alexandre Frois, Felipe Gabriel dos Santos Dornelas, Lucas Diniz Amado, Mateus Henrique e Pedro Augusto da Silva Alexandre, a ideia de negócios tem como objetivo facilitar a comunicação entre surdos e não surdos. Eles apresentaram a ideia de um aplicativo que traduz Libras (Língua Brasileira de Sinais) para Português e Português para Libras.

“Ele funciona da seguinte forma: a gente escreve e o aplicativo gera um avatar animado que traduz para Libras. Essa funcionalidade já existe no mercado e a gente incorporou no nosso projeto. O problema é que no mercado ainda não existe o contrário, não tem como alguém com deficiência auditiva chegar em algum lugar, fazer um gesto e ser traduzido português. A gente viu que é uma dor e essa foi a nossa sacada. Por meio do aplicativo, pela própria câmera do celular, a pessoa poderia gesticular e o sinal seria interpretado e traduzido por meio de machine learning, inteligência artificial especializada em dados gerados por vídeos e fotos. Ou seja, o nosso aplicativo disponibiliza essas duas vias, tanto português para libras, quanto libras para português. Seria muito mais é acessível para a população de deficientes auditivos”, afirma Arthur

Segundo Arthur, a ideia foi originada ainda no curso de Desenvolvimento de Sistemas. Ele e Mateus Henrique fizeram uma UCP (Unidade Curricular Politécnica) sobre Libras, na qual conheceram mais sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e as dificuldades da população surda. O pai de Mateus, aliás, é deficiente auditivo, o que ressaltou a importância do aplicativo idealizado pelos estudantes. “Através do Mateus e do pai dele, a gente teve uma validação no mercado, conseguiu ter esse acesso. Deficientes, de forma geral, têm uma certa barreira entre eles e o restante da população. Quanto mais formas e soluções que ajudem a quebrar essa barreira, melhor, são muito válidas, têm muita importância pra gente e pra sociedade. E por isso que a gente seguiu nessa ideia”, completa Arthur, que ainda destacou a importância da atividade.

“Acho uma atividade bastante útil e desafiadora também, levando em consideração que foi um tempo relativamente pequeno. Era um time de seis pessoas, no qual cada um tem a sua realidade, as suas experiências, as suas vivências e nisso a gente sempre tem que reunir, entrar em consenso e trabalhar junto, o que torna tudo mais difícil, mas muito enriquecedor também. A gente conseguiu ter uma experiência de ver na prática, de apresentar, de ter algo realmente palpável, já que o nosso o nosso próprio curso é voltado para o mercado. A gente sente essa responsabilidade, sente que está trabalhando em algo que é real, que tem importância. Então, acho que realmente é muito relevante tanto para mim, como para os demais integrantes do grupo e alunos”, finaliza o estudante.

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