Reflexões sobre o 13 de maio em atividade do projeto “Partiu IF” do IFTM Campus Patos de Minas
Crédito: Márcia Xavier
A atividade ocorreu durante o horário da disciplina de língua portuguesa, ministrada pela professora Márcia Xavier, uma das docentes que atuam no projeto e que também está na Coordenação do Núcleo de Coordenação Assuntos Étnico-raciais e Indígenas (CAERI) e na presidência do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígena (NEABI) do IFTM Campus Patos de Minas.
Promover este tipo de atividade para estudantes do “Partiu IF” se mostra como uma ação importante uma vez que o projeto tem como objetivo o enfrentamento das desigualdades étnico-raciais na educação, por meio da oferta de aulas e de atividades voltadas para a recuperação das aprendizagens de estudantes do 9˚ ano do Ensino Fundamental que cursaram integralmente a educação o Ensino Fundamental na rede pública de ensino, negros, quilombolas, indígenas ou que tenham deficiência e renda familiar per capita de até um salário-mínimo.
De acordo com a professora Márcia, além de atender aos objetivos do programa, a promoção de práticas com temáticas culturais e socioeconômicas voltados à realidade dos estudantes faz parte da grade de atividades suplementares do programa e, pensando nesse ponto, a proposta de trabalho se centrou em reflexões sobre processos de escravização dos dias atuais, tendo como foco o caso de Madelena Gordiano — mulher negra, de 46 anos, resgatada em 2020, por auditores fiscais do trabalho e pela Polícia Federal, após passar 38 anos em situação análoga à escravidão em casas de uma mesma família, em Patos de Minas, cidade de residência de grande parte dos estudantes.
Os discentes assistiram a um vídeo sobre o caso de Madalena Gordiano e foram orientados a fazerem anotações sobre a situação vivenciada por ela para que, em seguida, realizassem uma atividade de escrita. Foram produzidos vários textos narrativos, notícias e poemas; dentre eles, os que se seguem e que trazem um pouco da história de Madalena.
Madalena
Milena Lima
Desde criança
Uma vida difícil levou
Longe de sua família
Apenas dificuldades enfrentou
Sua vida não foi fácil,
Triste situação:
Aos 48 anos, uma mulher negra
Vivendo em condições análogas à escravidão
Uma data memorável
27 de novembro de 2020,
Madalena foi resgatada
Finalmente a vida merecida tão esperada
Hoje muito diferente
Ela vive feliz, leva uma vida “normal”
Emocionante é a história
Dessa mulher sensacional
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Não chores, Madalena
Gabriela Lima
Por que choras, Madalena?
lhe tiraram sua alegria
seus direitos, sua vida,
lhe tiraram até a família
Duro viveu, e perseverou
em situações inimagináveis
Madalena, você lutou
Até que alguém escutou
Que ninguém nunca sofra
o que você sofreu,
e nem jamais passe
o que você passou
Por que choras, Madalena?
Limpe suas lágrimas
você venceu e superou
isso agora é passado
Madalena, não chores.
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O caso de Madalena Gordiano
Ester Ferreira
Madalena Gordiano
A dor era seu cotidiano
Era apenas uma criança
Que perdeu a sua infância
Em Patos de Minas
Havia uma menina
Com 8 anos de idade
Em uma grande cidade
Com 46 anos foi resgatada
Após 38 anos escravizada
Infelizmente, não foi a única
E nem será a última