Estudante do Campus Uberlândia Centro ganha prêmio por artigo apresentado no 15º Congresso Brasileiro de Software
Mais um motivo de orgulho para a pesquisa acadêmica do Campus Uberlândia Centro, do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM). A estudante Julyanara Rodrigues Silva, 2º ano do curso Técnico em Desenvolvimento de Sistemas Integrado ao Ensino Médio, recebeu a premiação de melhor artigo no 15º Congresso Brasileiro de Software (CBSoft), realizado em Curitiba. Ela apresentou seu trabalho na última segunda-feira, dia 30 de setembro, e conquistou o reconhecimento dos jurados. O artigo é resultado do trabalho de pesquisa realizado no programa Bic JR do IFTM, sob a orientação do professor Carlos Eduardo de Carvalho Dantas, também do Campus Udicentro, que a acompanhou na viagem e colaboração externa do Professor Marcelo de Almeida Maia, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). No artigo, Julyanara buscou investigar como desenvolvedores utilizam o chat GPT em seus projetos.
Intitulado “What Developers Ask to ChatGPT in GitHub Pull Requests? An Exploratory Study,” o artigo foi escrito em inglês e analisa centenas de solicitações feitas por desenvolvedores ao ChatGPT para auxiliar na implementação de melhorias nos sistemas. A partir de um levantamento de repositórios do GitHub, uma plataforma que permite o compartilhamento de códigos, os pesquisadores verificaram quais eram os usos mais comuns do ChatGPT. A partir da análise de 155 links, eles identificaram 14 tipos de solicitações à inteligência artificial, divididos em quatro categorias principais: "Geração de Código", "Revisão de Código", "Solicitação de Informação" e "Revisão de Texto".
A estudante destacou que a conquista serviu como reconhecimento e, por se tratar de sua primeira experiência no campo da pesquisa, foi ainda mais especial. “Nem consigo descrever a felicidade que é ter esse reconhecimento, jamais imaginaria isso. Apresentar o nosso trabalho, ter essa responsabilidade, foi uma experiência muito gratificante e que com certeza acrescenta muito no meu amadurecimento profissional. Estar em um meio onde todas as pessoas estão nesse ramo há anos é desafiador, mas ao mesmo tempo é aprendizado. Ter ganhado como best paper no meu primeiro Congresso e primeiro artigo é algo que é até difícil de processar, mas estou imensamente feliz, tanto que quando anunciaram que nós éramos os ganhadores eu só sabia sorrir e dar risada”, afirmou Julyanara.
“Fico muito feliz por ter tido essa oportunidade, e queria agradecer ao Carlos e ao Marcelo que foram peças cruciais para que a gente chegasse nesse resultado, e à toda equipe do IFTM que tornou isso possível”, complementou a estudante.
O artigo da estudante foi inscrito no 12º Workshop sobre Visualização, Manutenção e Evolução de Software (VEM 2024), uma das atividades do Congresso. Foram inscritos 18 artigos de várias instituições brasileiras e 13 foram aceitos. Ela concorreu contra trabalhos de renomadas universidades, como Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Puc Minas, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal do Ceará, entre outras. Dentro os pesquisadores havia mestres e até doutorandos, e isso tornou a conquista de Julyanara ainda mais especial, segundo seu orientador. “O que mais me chamou atenção foi a cara de espanto das pessoas quando ficaram sabendo que ela era estudante do Ensino Médio. No workshop, havia gente aluno de mestrado e até doutorado. Então, muita gente ficou impressionada de saber que ela é uma aluna do Ensino Médio”, explicou Carlos Eduardo.
Revisão às cegas
Segundo as regras de submissão do Workshop, os artigos eram apresentados sem identificação, seguindo um processo de revisão “duplo-cego”. Dessa forma, os revisores não souberam quem eram os autores no momento da avaliação. O prêmio de Melhor Artigo (Best Paper) era considerado somente se todos os revisores da pesquisa fizessem uma avaliação muito positiva do trabalho.
Na apresentação, Julyanara teve 10 minutos para falar sobre sua pesquisa e precisou responder a quatro perguntas dos avaliadores. Segundo Carlos Eduardo, a estudante foi muito segura, até porque treinou muito antes de subir ao palco do evento. “Ela treinou bastante a apresentação. Ela apresentou para mim, eu fiz as correções e orientações. A Samia (CGEPE) também assistiu à apresentação dela na semana final e fez considerações, então foi muito bem lapidada a apresentação. Eu nunca na minha vida imaginaria que logo no primeiro evento aconteceria tudo isso, é minha primeira orientação também no BicJunior e com um trabalho que chegou já ganhando um prêmio”, avaliou o professor, que já havia recebido um prêmio de melhor trabalho, mas no Simpósio Brasileiro de Engenharia de Software (SBES). Na ocasião, ele ganhou ao lado de outros cinco trabalhos, sem ranking entre eles, mas estava apresentando como estudante da UFU.