NEABI do IFTM - Campus Paracatu promove concurso de redação

Três alunos foram premiados.
Publicado em 26/06/2018 00:00 Atualizado em 27/07/2022 11:13
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Cel. Marco António Alvarez Caballero e a Professora Priscila Almeida Lopes em trajes indígenas, com os alunos premiados: July Anna Guimarães, Pedro Silva e Bruna Soares.
Cel. Marco António Alvarez Caballero e a Professora Priscila Almeida Lopes em trajes indígenas, com os alunos premiados: July Anna Guimarães, Pedro Silva e Bruna Soares.
Crédito: Fotos: Ronaldo Diláscio

No dia 07 de junho, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do IFTM - Campus Paracatu, reuniu centenas de pessoas, entre alunos, docentes e outros servidores da instituição, para divulgar o resultado do seu I Concurso de Redação. O projeto resultou do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Núcleo, neste primeiro semestre de 2018, com o objetivo de confrontar a temática dos indígenas ao velho estigma etnocêntrico herdado dos colonizadores europeus. Em vez de apenas lembrar a data de 19 de abril, reservado como “Dia do Índio”, professores de várias disciplinas (Arte, História, Sociologia, Redação) aderiram à proposta do NEABI de repensar o assunto a partir da expressão “Resistência Indígena”. Além das reflexões feitas durante as aulas, os discentes tiveram a oportunidade de participar de um concurso de redação, guiados pelo enunciado “Identidade, Representação e Resistência Indígena”.

Dezenas de alunos concorreram aos prêmios de cento e cinquenta reais (1° lugar), cem reais (2° lugar) e cinquenta reais (3° lugar). O valor em dinheiro foi doado pelos membros do NEABI/Paracatu. As redações passaram por avaliação criteriosa, às cegas, de uma comissão julgadora constituída por professores da escola. E, seguindo o regulamento do concurso, o evento conferiu destaque e premiou os três primeiros colocados que dissertaram sobre o tema proposto.

Classificada em terceiro lugar, a aluna Bruna Soares foi a primeira a ler sua redação em que defende a necessidade da valorização dos costumes indígenas, por meio de ações governamentais que contribuam para uma maior interação entre os distintos povos que formam a população brasileira. Por seu turno, Pedro Silva Cardoso, o segundo colocado, além de também destacar o papel do Governo Federal para o reconhecimento da importância dos povos indígenas pelos demais brasileiros, enfatiza o significativo papel da educação e da mídia nesse processo. O discente argumenta que os estereótipos que são atribuídos aos indígenas seriam minimizados se as pessoas conhecessem mais de sua realidade e, nesse sentido, a escola – com seus materiais didáticos – e o cinema e a televisão – com “narrativas mais próximas à real cultura nativa” – têm muito a contribuir. Por último, July Anna Guimarães, qualificada em primeiro lugar, apresentou seu texto em que disserta acerca do processo histórico que inferiorizou  a cultura das populações indígenas brasileiras. A estudante também atribui um papel fundamental à educação para a mudança desse quadro, afirmando que “é necessário repensar o reconhecimento étnico-cultural indígena para evitar o preconceito”. Acrescenta ainda que “podemos reconstruir a abordagem do tema na educação brasileira usando-a como ferramenta, para que, em longo prazo, possamos mudar esse paradigma.” Com esse objetivo de educar para “reconstruir o modo de pensar da população”, a mídia também teria um importante papel, segundo a autora do texto vencedor.

O evento foi engrandecido pela presença do Coronel Marco António Alvarez Caballero, representante da Embaixada da Bolívia. Caracterizado em trajes dos indígenas do norte de seu país, Alvarez Caballero falou do respeito à diversidade cultural em seu país ao destacar que, além do espanhol, sua nação possui trinta e sete línguas oficiais.   Também esteve presente o diretor geral do campus Paracatu, o Professor Ronaldo Diláscio, que elogiou o trabalho do Núcleo e enfatizou a importância de envolver os alunos nos estudos sobre a cultura indígena.

Em nome do NEABI/Paracatu, a Professora Magda Rita Duarte sublinhou o sucesso do projeto, especialmente, pela adesão de professores das mais diversas áreas do conhecimento. Para o Núcleo, o concurso de redação significou a coroação de um trabalho que mobilizou disciplinas distintas e que levou os envolvidos a aprender mais sobre as diferenças culturais, sobre o sentido de etnocentrismo, mas também, e principalmente, compreender a necessidade de “descolonizar o nosso imaginário”, como diria um ilustre estudioso, sobre a realidade das diversas populações indígenas que vivem neste Brasil de proporções continentais!

O Núcleo segue com os trabalhos e, no segundo semestre, se dedicará a atividades voltadas para as questões afro-brasileiras.

Tags: NEABI
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