A Liberdade que ainda nos falta: reflexões sobre o 13 de maio
Crédito: Retomada, 2020, de Robinho Santana
Neste dia 13 de maio, a Coordenação de Ações Inclusivas e de Diversidade (CAID), em conjunto com os Núcleos de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABIs) dos campi do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), convida a todas e todos mergulharem nas memórias de nossa ancestralidade para refletir sobre os caminhos percorridos e os que temos pela frente, desafiando-nos a evoluir enquanto sociedade humana.
Hoje, passados 137 anos da assinatura da Lei Áurea, depois de quase 400 anos de trabalho escravizado no Brasil, a realidade mostra que ainda temos um longo caminho a percorrer. Madalena Gordiano, mulher negra, que viveu em situação análoga à escravidão por quase 40 anos, em Patos de Minas, região de atuação do IFTM, é um exemplo de realidade que assola o nosso país no que diz respeito à falta de direitos e regras de segurança no trabalho.
O Treze de Maio, lamentavelmente, não reverbera Liberdade. Falta-nos muito! Milhões ainda sofrem o açoite do racismo estrutural, recreativo, cultural, religioso. Muitos também estão atados pelas correntes do sistema. Ecos do mito da democracia encobrem a utopia de ser livre, mesmo a consciência racial estando em desenvolvimento. Kabengele Munanga, em uma entrevista, apontou caminhos essenciais para o combate desse complexo e descomunal problema: a norma, as políticas afirmativas e a educação inclusiva. Como escola, temos, então, a função basilar de contribuir no processo de liberdade, a qual, numa perspectiva filosófica africana, está sempre em construção. A busca por ser livre é um continuum. O Treze de Maio significará liberdade plena quando os pilares da autodeterminação, da escolha, da ancestralidade, da igualdade racial estiverem firmes.
Os NEABIs do IFTM, criado com a finalidade de implementar a Lei n° 11.645/2008, que institui a obrigatoriedade de incluir no currículo oficial da rede de ensino a temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, pautada na construção da cidadania por meio da valorização da identidade étnico-racial, principalmente de negros, afrodescendentes e indígenas, anseiam que a nossa atividade institucional no campo da educação fomente espaços de transformação e de emancipação para que o protagonismo das comunidades negras esteja plenamente assegurado.
Urge que tenhamos todos uma postura antirracista e levemos nossos alunos ao encontro de suas raízes, aproximando-nos das comunidades quilombolas para conhecer e reconhecer em seus ricos saberes ancestrais ferramentas para a nossa prática pedagógica, valorizando as heranças africanas para a Educação das Relações Étnico-raciais.
Texto: Coordenação de Ações Inclusivas e de Diversidade (CAID), em conjunto com os Núcleos de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABIs) dos campi do IFTM.
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