Seminário Virtual “Desmistificando a abolição: o racismo na perspectiva estrutural” trouxe a problematização da celebração do 13 de maio
Crédito: Natália Moraes
Nos dias 13 e 14 de maio, o NEABI – Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas e o Grupo de Estudos e Pesquisas Quilombo Neabi, do IFTM Campus Uberaba Parque Tecnológico realizaram o Primeiro Seminário Virtual “Desmistificando a abolição: o racismo na perspectiva estrutural”.
Foram dois dias de discussão teórica aprofundada que, à luz da obra Racismo estrutural, de Silvio de Almeida, problematizou a celebração do “13 de maio”, trazendo a memória do racismo e da violência com relação ao negro que, mesmo após 132 anos de assinatura da Lei Áurea, ainda prevalece no Brasil. O evento, que contou com mais 100 participantes, foi marcado por questionamentos, releituras e desconstrução da ficção histórica da classe dominante pautada num discurso racista baseado na ideologia de uma "democracia racial".
No primeiro dia do evento, a professora Márcia Moreira Custódio trouxe o tema “Conformações tomadas pelo racismo pós-abolição em suas diferentes perspectivas e dimensões” e refletiu sobre o atual contexto de pandemia, ressaltando o exercício da soberania com base na necropolítica como dinâmica do racismo estrutural que atravessa os corpos negros.
No segundo dia, a jornalista Agnes Maria Araújo Anjos, com o tema “Racismo estrutural, branquitude e militância”, discursou sobre o negro na realidade social e racial brasileiras, demonstrando a necessidade de ações políticas e acadêmicas que contemplem as pluralidades. Reivindicando uma postura acadêmica e epistemológica pautada na afrocentricidade, a jornalista evoca experiências para além do espaço acadêmico, no sentido de valorizar a história da resistência e militância negras no Brasil e em África.
Além da grande interação dos participantes, com comentários e questionamentos, o evento contou ainda com a atuação do professor Édson Fernando da Silva (Édson Militão) mediando as discussões e trazendo profundas contribuições para os debates.
Texto: Profª Drª Márcia Moreira Custódio
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