Universo IFTM, edição 2025, bate recordes e celebra excelência em ensino, pesquisa e extensão

O Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) realizou a segunda edição do Universo IFTM, evento realizado no Center Convention, em Uberlândia, nos dias 4, 5 e 6 de novembro. O evento recebeu mais de 1.500 inscrições e apresentou mais de 600 trabalhos, batendo todos os recordes possíveis.

O Universo IFTM reúne vários eventos de ensino, pesquisa, inovação e extensão que já aconteciam regularmente no Instituto. Contando com a participação de um público diversificado, o evento facilita a difusão do conhecimento com a participação ativa de estudantes, servidores, pesquisadores, gestores, empresários, representantes de instituições parceiras e o público visitante.

O IFTM tem como princípio a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão, buscando sempre uma educação integral e transformadora. Assim, o Universo IFTM oferece um espaço onde essas três dimensões se encontram e se complementam.

Abertura destaca recursos e protagonismo estudantil

A cerimônia de abertura foi marcada por agradecimentos e pelo reconhecimento da missão institucional do IFTM e contou com a participação de Marcelo Ponciano da Silva, reitor do IFTM; Carolina Pimenta Mota, pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação e também presidente da comissão organizadora deste evento; Danielle Freire Paoloni, pró-reitora de Extensão, Cultura e Esporte; Flávio Silva Caldeira, pró-reitor de Ensino; Lara Brenda Campos Teixeira Kuhn, diretora-geral do Campus Uberlândia Centro; Sérgio Luiz de Freitas Maia, diretor-geral do Campus Uberlândia e Ivanir da Silva Santos, primeiro secretario do Diretório Central dos Estudantes.

A pró-reitora Carolina Pimenta, iniciou os discursos, agradecendo à FAPEMIG pelos recursos que garantiram o conforto do evento no Center Convention. Ela destacou o Programa Excelência em Pesquisa da Pró-reitoria, citando a aprovação de 12 milhões de reais em recursos da FAPEMIG para projetos de pesquisadores do campus nos últimos dois anos. Carolina encerrou com uma mensagem inspiradora: "Conhecimento é um grande poder. Portanto, busquem conhecimento aqui, compartilhem experiências, e aproveitem o evento".

Ivanir da Silva, representado todos os estudantes do IFTM, enfatizou o papel do IFTM como "educação pública de qualidade". Ele convocou a comunidade a participar ativamente do evento e reforçou o trabalho do DCE junto aos estudantes.

O reitor, Marcelo Ponciano, saudou os presentes, destacando que o evento é "por vocês, nossos estudantes". Ele classificou que a participação em eventos, como o Universo IFTM, é um dos momentos mais edificantes de sua gestão por ser uma "entrega de conhecimento, uma entrega de informação, uma entrega de projetos, uma entrega de cultura e arte desenvolvida dentro do IFTM". O reitor ressaltou que a escolha do Center Convention visa "mostrar o IFTM para a nossa comunidade de uma maneira nobre, glamourosa, porque é isso que nós realizamos lá dentro. Uma educação de extrema qualidade".

A abertura do Universo IFTM contou, ainda, com uma rica programação cultural e científica.

Corpo Ancestralidade apresenta espetáculo de matrizes negras

O grupo de danças afro-brasileiras Corpo Ancestralidade, coletivo do IFTM Campus Uberlândia Centro, realizou a apresentação de abertura do Universo IFTM. Eles subiram ao palco com o aclamado espetáculo “Eu sou uma, mas não ando só”, que é uma celebração da força e da potência das matrizes negras brasileiras.

A coreografia tem concepção e direção de Dickson Duarte Pires, com parceria de Flávia Gomes e Eleide Paiva, todos professores do IFTM Campus Uberlândia Centro. A obra é marcada pela fusão de diferentes estilos, entrelaçando capoeira, dança de rua e dança afro com a expressividade da dança contemporânea. O espetáculo propõe uma narrativa cênica que exalta a potência das mulheres pretas brasileiras, revelando representatividade e referências positivas através do movimento, palavra e música.

Inspirada nos textos da escritora Cristiane Sobral e embalada pela voz ancestral de Sued Nunes, a performance cria uma atmosfera "sagrada e reflexiva". O palco se transforma em "território de reconstrução de outras ancestralidades", onde o feminino é visto como força criadora e coletiva. A dança, por fim, é destacada como "rito, resistência e renascimento" para um futuro de esperança, reconhecimento e afirmação da identidade cultural.

Astrobióloga revela segredos espaciais: da selfie em Marte à busca por vida subterrânea

A astrobióloga e agricultora espacial Rebeca Gonçalves, a primeira mulher brasileira a publicar um artigo na área de agricultura em Marte, conduziu a palestra de abertura intitulada “Como plantar no espaço pode salvar nossa vida na terra”. Além de falar sobre seu trabalho de pesquisa com produção de alimentos em terra que simulam o solo de Marte, na palestra Rebeca mostra como o fascinante mundo da exploração espacial impulsiona tecnologias que transformam indústrias, inspiram mudanças e geram soluções práticas para resolver os desafios da terra.

Gonçalves revelou que tecnologias cotidianas, como as câmeras de selfie de celulares, foram originalmente desenvolvidas para um robô em Marte. Ela enfatizou que o sistema de GPS é uma tecnologia espacial indispensável, que não apenas guia, mas também controla o sistema financeiro global. “A paralisação do GPS por um dia causaria um prejuízo de 100 bilhões de dólares”, destacou. Além disso, enfatizou o trabalho da Agência Espacial Brasileira (AEB), mencionando o satélite Amazônia 1, "produzido 100% no Brasil" e crucial para monitorar o desmatamento, alertando o IBAMA imediatamente.

Rebeca também abordou a busca por vida fora da Terra. Ela mencionou a importância de procurar "bioassinaturas" (indicações de vida). “A comunidade astrobiológica tem quase certeza absoluta que existe vida microbiana em Marte, pois o planeta já foi rico em água, com mares e rios. A vida teria migrado para, pelo menos, 2 metros debaixo da terra. Contudo, a exploração, até agora, só alcançou 5 centímetros da superfície, o que pode explicar por que a vida ainda não foi encontrada”, afirmou a astrobióloga.

Lançamento do documentário “Isso é Rondon!”

O público pôde assistir ao documentário “Isso é Rondon! IFTM na operação Sul de Minas/ Gonçalves (MG)”, seguido de uma mesa-redonda com os envolvidos na produção.

O diretor do documentário, Danilo Almeida, explicou que o documentário é um registro crucial para entender e aprimorar os processos institucionais, sendo um "dever nosso". Ele detalhou que o filme de 20 minutos consumiu mais de 3 horas de gravação e foi construído sem narração, usando os depoimentos dos envolvidos para contar a história.

A pró-reitora, Daniele Paoloni, descreveu o impacto do projeto: “A gente não muda o mundo, não é? Mas a gente muda pessoas, e as pessoas mudam o mundo”. O professor Thiago Taham reforçou a importância da extensão como a hora que o IFTM "expande os objetivos do Instituto". Ele notou que os estudantes rondonistas relatam mais o crescimento pessoal ("o quanto eu cresci como pessoa, o quanto eu amadureci, o quanto eu vi que eu era capaz") do que o ganho em habilidades técnicas. E a estudante Júlia da Rosa Oliveira complementou, afirmando que a experiência transforma o conhecimento teórico: "É no Rondom que você expressa todo esse conhecimento".

Com sua segunda edição bem-sucedida, o Universo IFTM consolida-se não apenas como um palco de recordes em participação e trabalhos apresentados, mas como a materialização vibrante do princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.