Comitês locais de crise do IFTM discutem protocolos de biossegurança para retorno de atividades semipresenciais
Os Comitês Locais de Crise dos campi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) tiveram um mês de janeiro de bastante trabalho. No último dia 21, representantes de cada um desses comitês das 9 unidades da instituição apresentaram resultado de estudos que verificam as condições de retorno de cada um dos campi e as estratégias para cumprir a Instrução Normativa (IN) nº 20, de 1º de dezembro de 2020, que institui o protocolo de biossegurança para retorno às atividades híbridas no âmbito do IFTM.
Diretores-gerais ou representantes de cada um dos campi do IFTM tiveram a oportunidade de apresentar os estudos feitos desde dezembro de 2020, o cenário atual da pandemia em cada uma das unidades e cidades nas quais se localizam, além de suas primeiras propostas para retorno de atividades semipresenciais nos próximos meses.
A Instrução Normativa segue as determinações das Portarias do Ministério da Educação (MEC) nº 1.038 e nº 1.096, publicadas em dezembro de 2020, e orienta sobre retorno de aulas presenciais a partir do dia 1º de março em instituições de educação superior integrante do sistema federal de ensino e em escolas federais que ofertam educação profissional técnica de nível médio, respectivamente. Com essas referências, a IN nº 20/2020, do IFTM, estabelece orientações e prazos para tal retorno. Ao longo da reunião dos Comitês de Crise, contudo, ressaltou-se que se trata de um trabalho de planejamento que precisa ser feito, mas pode ser revisto em virtude da evolução da situação pandêmica nas cidades em que se encontram os campi.
Sobre o retorno
A previsão é que o retorno aconteça em cinco etapas, sendo que a primeira teve início no mês de janeiro, com repasse de informações sobre o documento da IN para a comunidade acadêmica, além de pesquisas com servidores e estudantes para verificar os interessados e aptos a voltar a partir de fevereiro com servidores técnico-administrativos.
A partir de fevereiro, segundo a IN, tem início a fase 2, com retorno de até 25% do contingente dos servidores que atuam em funções administrativas.
Na fase 3, a partir de março de 2021, retornariam até 25% dos estudantes, com prioridade para os veteranos, concluintes, estudantes que precisam se formar. Nessa etapa, apenas parte dos estudantes retornariam e com foco maior nas atividades práticas, quando possível.
Cada um dos campi fez — ou está fazendo — pesquisas com estudantes e servidores para verificar aqueles que têm condições ou não de voltar, além de verificar pessoas do grupo de risco. A partir desses dados, os campi devem apresentar uma proposta pedagógica e um protocolo de biossegurança para o retorno até o dia 19 de fevereiro.
As fases 4 e 5 preveem o retorno de um percentual maior de estudantes e servidores, mas dependem da análise da evolução da pandemia no país.
Na reunião, cada diretor de campus apresentou a situação de sua unidade e os principais pontos de planejamento para cumprir o protocolo de biossegurança. Confira abaixo o posicionamento sucinto de cada unidade:
Campina Verde
A apresentação feita pelo diretor-geral do campus, Antônio Maximiano Neto, ressaltou que a etapa 1 está em andamento e que a unidade está preparada para o retorno de até 25% dos servidores técnico-administrativos. A previsão é que, na terceira etapa, o primeiro curso a retornar para atividades híbridas seja o de Agropecuária, no qual as atividades práticas são ao ar livre.
Uberaba Parque Tecnológico
O comitê do campus foi criado no início de janeiro e já realizou quatro reuniões. A partir delas, os integrantes reuniram documentos relevantes para a prevenção à doença, tais como protocolos da Secretaria de Saúde, da Prefeitura, da Fiocruz, além, é claro, do próprio IFTM.
Na referida unidade, ficou decidido que a etapa 1 fica estendida até o dia 10 de março e acontece concomitantemente à etapa 2. Já a etapa 3, que será iniciada em março, com treinamento para equipe de servidores presentes no momento. Segundo o diretor-geral do campus, Marcelo Ponciano, foram adquiridas webcams e microfones, mas os percentuais de retorno ainda deverão ser definidos em discussões com a comunidade acadêmica.
Ituiutaba
Em Ituiutaba, um decreto municipal proíbe o retorno das aulas, por isso o ensino híbrido não tem data definida, uma vez que se deve respeitar a legislação local. O protocolo de retorno do IFTM foi apresentado ao órgão municipal, mas ainda está sendo analisado.
Na unidade, os estudos para retorno com a comunidade acadêmica ainda estão em andamento e o maior problema em potencial para o ensino híbrido apresentado pelo diretor-geral, Rodrigo Grassi Martins, foi a questão do transporte, uma vez que não há uma linha de ônibus específica para os estudantes e isso seria um empecilho para retorno presencial.
Paracatu
Em Paracatu, a gestão do campus acompanha de perto a situação do município, que também não autorizou o retorno das aulas presenciais. Segundo o diretor-geral, Ronaldo Eduardo Diláscio, o protocolo do IFTM foi apresentado ao órgão municipal e foram sugeridas algumas alterações.
O campus já fez levantamentos para retorno das atividades presenciais, começando por cursos superiores, seguindo como prioridade as aulas práticas e, em seguida, estudantes dos últimos anos dos cursos técnicos. Alguns servidores já estão atuando presencialmente e pesquisas de mapeamento foram feitas para verificar quem pode ou não retornar.
Patos de Minas
Na cidade de Patos, a Prefeitura prevê o retorno a partir do mês de março, mas a direção geral do campus, representada na ocasião por Eleide Paiva, está atenta à possibilidade de que a decisão seja revertida caso haja agravamento da pandemia. Um formulário foi aplicado para verificar as condições dos servidores, mas a pesquisa com os estudantes ainda está sendo elaborada.
De acordo com a direção, uma das dificuldades para estudantes e alunas é o transporte. Na cidade, estudantes utilizam o transporte público gratuitamente, mas a gestão do campus ressaltou que o serviço é ofertado pela Prefeitura e que, portanto, depende do cronograma municipal para atender os estudantes.
Patrocínio
Em Patrocínio, o diretor-geral do campus, Marlúcio Anselmo Alves, destacou que está sendo feita uma consulta com os servidores para atualizar os quadros que apresentam grupos de risco. Devido à importância do levantamento, a gestão optou por estender o prazo para finalização. O diretor ainda apontou que setores prioritários já estão em atividade semipresencial, tais como o almoxarifado. Para apresentar o plano de retorno, o campus vai discutir com a comunidade acadêmica para propor revezamento e escalas.
Uberaba
As discussões para elaboração do protocolo da unidade estão sendo feitas a partir da análise do documento do IFTM e outros documentos do município. O comitê de crise da cidade prevê a necessidade de entrega de um documento que apresente a proposta pedagógica para retorno. Na unidade, estão atualizando os bancos de dados dos servidores que apresentam algum fator de risco.
O campus já levantou, junto aos coordenadores de curso, unidades curriculares que podem ser abordadas no retorno híbrido, mas existem duas grandes preocupações: transporte e alimentação. A unidade é muito grande e o transporte público conta com pelo menos sete pontos distribuídos dentro do campus. A organização do transporte junto à Prefeitura é imprescindível para garantir o retorno. Já em relação ao refeitório, ficou decido que, no retorno, os estudantes atuarão apenas em um turno, de modo a evitar que façam as refeições na unidade.
Campus Uberlândia
A direção geral do Campus Uberlândia, representada na ocasião por Angélica Araújo, ressaltou que tem problemas semelhantes ao do Campus Uberaba pelo fato de também ser um campus fazenda, com um espaço muito grande. Com isso, enfrenta as mesmas questões, tais como apoio da Prefeitura para a oferta de transporte e a necessidade de evitar o uso dos refeitórios no espaço da unidade.
De acordo com levantamento feito no referido campus, 25 disciplinas poderiam retornar, com aulas práticas presenciais e aulas teóricas na modalidade remota. A unidade está refazendo a consulta com servidores para verificar situações de risco e tem trabalhado com ações de prevenção desde o ano passado. Ainda, segundo o diretor, o retorno das aulas presenciais práticas está programado, até o momento, para final de março ou início de abril.
Uberlândia Centro
No Campus Uberlândia Centro, a maior preocupação está relacionada com o curso de Redes de Computadores, que conta um número maior de aulas práticas e professores pertencentes a grupos de risco. A gestão da unidade fez um levantamento com servidores e estudantes e apresentou os resultados para os participantes da reunião. Já foi definida uma escala de trabalho para servidores técnico-administrativos, possibilidades para retorno das aulas presenciais foram apresentadas e o campus conta com insumos para garantir a segurança sanitária.
Entre as propostas pedagógicas para aulas híbridas, está a disponibilização de um notebook com webcam para cada professor ou utilizar o Google Meet para gravação, com projeção da tela no quadro branco. Já foram realizados testes de áudio e vídeo, com resultados satisfatórios, mas ainda se estuda se é possível transmitir as aulas ao vivo via streaming.
Para a fase 3, está em elaboração um treinamento para professores cursarem no início de março, quando retornam. Eles serão capacitados para utilização de equipamentos de informática e softwares que possam auxiliar na oferta das aulas. Vale destacar que, no retorno, serão priorizadas turmas com pelo menos três estudantes e os estudantes de primeiro período farão atividades exclusivamente remotas.
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